Desde a sexta-feira, estava pensando como seria o domingo dos advogados milionários que se revezaram por três dias, desde a quarta-feira, acusando o procurador-Geral da República, Antônio Fernando de Souza, até de noveleiro da Globo, ao classificar a peça de acusação de ficção.
Os primeiros resultados, com a aceitação de abertura de inquérito contra 19 dos 40 mensaleiros, fizeram o desagravo de sua imagem pública.
O mais engraçado de tudo é que, com raras excessões, as votações foram encerradas com unanimidade - a favor da denúncia do procurador-geral.
Não resta dúvida que punir é bastante diferente de abrir investigações.
Podem restar de alguma forma punidos apenas os bagres, os peixes pequenos, diante da influência política de alguns figurões no meio da lista.
Além do mais, como é muito intrincado, o processo dá margem a uma grande possibilidade de prescrição.
Sob o título verbete, o painel da Folha de São Paulo conta que, enquanto alguns negam que ele tenha existido, o mensalão foi para o dicionário Caldas Aulete: “quantia supostamente paga mensalmente (ou com outra periodicidade, ou de uma só vez) a deputados para mudarem de partido ou votarem a favor de projetos do Executivo”.