Por Fernando Castilho, na Coluna JC Negócios Há uma enorme ilusão, dos mais diversos setores da sociedade, em acreditar que, pressionando a Assembléia Legislativa de Pernambuco, ela vai aprovar o fim do nepotismo.

Não vai.

Pelo menos não nesta legislatura.

Não é só o presidente Guilherme Uchoa que é favorável a emprego de parentes.

Ele, é bem verdade, é um dos poucos que tem a coragem de defender isso sem medo de ser criticado.

O resto, ou fica se fingindo de morto ou faz aquele discurso para a platéia dizendo é contra.

Sim, tem as exceções que não interferem no resultado final.

Deputado no Brasil é, por definição, nepotista.

Basta ver o nível de colaboração do Legislativo na produção de leis, comparado com o Executivo.

Basta listar o número de assessores técnicos que o poder contrata para se contrapor, tecnicamente, ao que propõe o Executivo.

Quer saber mais: tenta checar quantos deputados têm o habito de ler regularmente o Diário Oficial para conferir o impacto dos atos do governo?

E é assim em todos os Estados do Brasil. É cultural.

A campanha pelo fim do nepotismo é um movimento democrático que, em tese, poderia ajudar a melhorar a qualidade do produto dos poderes em favor do cidadão.

Impessoaliza o servidor e abre perspectiva de que ele sirva apenas ao Estado.

Mas não se deve achar que os deputados estão dispostos a abrir mão de levar para junto de si a família.

Por isso, o projeto vai voltar para o Executivo até que uma onda nacional pressione.

E falando nisso, você já mandou algum e-mail para um deputado exigindo que ele vote contra o nepotismo?