O Supremo Tribunal Federal concluiu a primeira semana do julgamento do mensalão transformando em réus 19 dos 40 acusados pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza.

Entre eles, estão o publicitário Marcos Valério, o ex-ministro de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência, Luiz Gushiken, e o ex-presidente da Câmara Federal, deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

Surpreendentemente (ou não, como diria Caetano), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoíno, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o secretário-geral da legenda Sílvio Pereira foram liberados da acusação do crime de peculato (apropriação indevida de dinheiro ou bens por funcionário público, em benefício próprio ou de terceiros).

No entanto, eles ainda podem responder por corrupção ativa e formação de quadrilha.

O julgamento será retomado às 14 horas da segunda-feira (27), quando os atuais dez ministros do STF (Sepúlveda Pertence pediu aposentadoria na semana passada) continuarão avaliando as acusações formuladas pelo procurador-geral da República.

Se necessário, o julgamente se estenderá até a terça (28).

Vale lembrar: o STF está julgando agora quais as denúncias que têm consistência para se transformarem em ações penais.

O julgamento do mérito das acusações, que acontecerá também no Supremo, pode se arrastar por anos.

OS RÉUS Estes são os 19 acusados que já viraram réus.

Confira também os crimes pelos quais eles terão de responder.

Marcos Valério (publicitário) - corrupção ativa, peculato (3x) e lavagem de dinheiro.

Simone Vasconcelos (ex-diretora da agência de publicidade SMPB) - lavagem de dinheiro.

Geiza Dias (ex-auxiliar da diretoria das empresas de Marcos Valério) - lavagem de dinheiro.

Cristiano Paz (publicitário) - corrupção ativa, peculato (3x) e lavagem de dinheiro.

Ramon Hollerbach (publicitário) - corrupção ativa, peculato (3x) e lavagem de dinheiro.

Rogério Tolentino (advogado da Tolentino e Associados, que prestava serviços à SMPB) - lavagem de dinheiro.

Luiz Gushiken (ex-ministro de Comunicação e Gestão Estratégica) - peculato.

Anderson Adauto (ex-ministro dos Transportes) - lavagem de dinheiro.

José Luiz Alves (ex-assessor de Anderson Adauto) - lavagem de dinheiro.

Henrique Pizzolato (ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil) - peculato (2x), corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

João Paulo Cunha (ex-presidente da Câmara e deputado federal, PT-SP) - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

Paulo Rocha (deputado federal, PT-PA) - lavagem de dinheiro.

Anita Leocádia (assessora parlamentar de Paulo Rocha) - lavagem de dinheiro.

João Magno (ex-deputado federal, PT-MG) - lavagem de dinheiro.

Professor Luizinho (ex-deputado federal, PT-SP) - lavagem de dinheiro.

Kátia Rabello (ex-presidente do Banco Rural) - gestão fraudulenta de instituição financeira.

José Roberto Salgado (ex-vice-presidente do Banco Rural) - gestão fraudulenta de instituição financeira.

Ayanna Tenório (ex-vice-presidente do Banco Rural) - gestão fraudulenta de instituição financeira.

Vinícius Samarane (ex-diretor do Banco Rural) - gestão fraudulenta de instituição financeira.

AS PENAS Corrupção ativa: prisão de 2 a 12 anos e multa.

Corrupção passiva: prisão de 2 a 12 anos e multa.

Peculato (específico de servidor público ou de quem se relaciona com ele): prisão de 2 a 12 anos e multa.

Falsidade ideológica: prisão de 1 a 5 anos e multa.

Lavagem de dinheiro: prisão de 3 a 10 anos e multa.

Evasão de divisas: prisão de 2 a 6 anos e multa.

Formação de quadrilha: prisão de 1 a 3 anos.

As penas podem ser agravadas pela repetição do crime.

Alguns dos réus são acusados dezenas de vezes pelo mesmo crime neste inquérito.

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