Da Folha Online O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), será ouvido nesta quinta (22) pelos três relatores do primeiro processo contra opeemedebista no Conselho de Ética da Casa.
Renan vai apresentar sua versão sobre a perícia realizada pela Polícia Federal em seus documentos.
Renan é acusado de ter recebido dinheiro da empreiteira Mendes Júniorpara pagar pensão à jornalista Mônica Veloso –com quem tem uma filhafora do casamento.
Com o depoimento do senador, os relatores –Marisa Serrano (PSDB-MS),Almeida Lima (PMDB-SE) e Renato Casagrande (PSB-ES)– prometem apresentaro relatório final sobre o caso no dia 30.
Os relatores aguardaram a chegada da perícia para definir um cronogramade trabalho.
Depois de ouvirem Renan, os senadores vão se reunir paraconcluir o texto final.
O peemedebista vai depor acompanhado de um assistente de perícia, mas nãodefiniu se após o depoimento vai se manifestar ao conjunto do plenário doconselho. “Se for de seu desejo e para asseguramos a sua ampla defesa, opresidente Renan poderá se manifestar no conselho após a votação dorelatório”, afirmou o presidente do Conselho de Ética do Senado, LeomarQuintanilha (PMDB-TO).
Os relatores vão cobrar de Renan explicações sobre detalhes do laudo quenão ficaram claros. “Acho que ele vai ter de explicar vários pontos.
Omais grave é a falta de recursos para o pagamento da pensão”, disse Serrano.
O senador foi notificado hoje da chegada da perícia ao conselho e teria oprazo de cinco dias para apresentar sua defesa, mas resolveu antecipá-lapara esta quinta.
O PSOL, autor da representação que deu origem aoprimeiro processo contra Renan no conselho, também terá o mesmo prazopara se manifestar sobre a perícia.
LAUDO O laudo da PF não conseguiu comprovar os rendimentos do peemedebista coma venda de cabeças de gado em Alagoas entre os anos de 2003 e 2006.
Renanalega, em sua defesa, que os rendimentos eram suficientes para pagarpensão à jornalista.
Segundo a perícia, os documentos apresentados por Renan não foramsuficientes para mostrar que ele tinha capacidade econômico-financeirapara pagar pensão à jornalista. “Faltam parâmetros que permitam afirmar se o representado [Renan] possuíaou não saldo para realizar os pagamentos.
Ainda que seja especificada adata de pagamento e que sejam verificados recursos suficientes nas contasbancárias para os pagamentos, somente o exame dos documentos de suportepoderá comprovar os pagamentos à senhora Mônica Veloso”, diz o laudo.
A PF confirma que o dinheiro arrecadado pelo senador com a suposta vendade gado consta em suas movimentações bancárias e afirma que os valoresapurados nas negociações com o rebanho foram depositados em sua própriaconta.
No laudo, a perícia responde aos 30 questionamentos feitos pelo Conselhode Ética sobre movimentações financeiras do senador e afirma que as notasfiscais apresentadas por Renan para comprovar a venda de gado sãolegítimas, mas a PF não conseguiu comprovar as operações de venda de gadoque o senador alega ter realizado.
Os peritos do INC (Instituto Nacional de Criminalística) afirmam que"ideologicamente não se comprovou efetivamente o trânsito de animais".
APF diz, no laudo, não ser possível afirmar que a quantidade de gado queRenan alega ter vendido era efetivamente de propriedade do senador.
TRIBUNA Nesta quarta (21), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comemorou do plenário da Casa o laudo da perícia da Polícia Federal em seus documentos.
Renan disse que o laudo sustenta todas as suas afirmações de que tinha recursos suficientes para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso. “O laudo aponta que todos os documentos contábeis são autênticos, eupossuía recursos para fazer face às despesas, o gado das minhas fazendasfoi vendido a preço de mercado e o dinheiro da venda foi depositado emminha conta bancária”, disse Renan ao apresentar sua visão sobre o laudoda PF.
Em um rápido pronunciamento, que durou pouco mais de um minuto, Renancomunicou ao plenário que vai amanhã prestar depoimento aos trêsrelatores do processo no Conselho de Ética para apresentar sua versãosobre a perícia. “Para ajudar nesse clima de cordialidade, estou me colocando à disposiçãodos três relatores do caso para amanhã, às 18h, prestar osesclarecimentos devidos”, disse o senador.
Com o depoimento, os relatores Marisa Serrano (PSDB-MS), Almeida Lima(PMDB-SE) e Renato Casagrande (PSB-ES) prometem apresentar o relatóriofinal sobre o caso no dia 30.
PROCESSOS O processo que investiga a ligação de Renan com a empreiteira MendesJúnior é o primeiro a que o senador responde no Conselho de Ética.
No segundo processo, Renan é acusado de ter beneficiado a Schincariol juntoao INSS para reverter dívida de R$ 100 milhões da empresa depois que elacomprou uma fábrica de seu irmão, Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preçoacima do mercado.
A terceira representação contra Renan no conselho vai apurar se o senadorusou laranjas na compra de um grupo de comunicação em Alagoas.
Renan éacusado pelo usineiro João Lyra –que seria seu sócio oculto nanegociação– de investir R$ 1,3 milhão para comprar os veículos por meio de laranjas.