BRASÍLIA – O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi à tribuna nesta quarta-feira anunciar seu voto contra a prorrogação da Contribuição Provisória Sobre a Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. “A verdade que temos, uma carga tributária de primeiro mundo que incide sobre todas as classes sociais, e uma prestação de serviços públicos de terceiro mundo”, afirmou Jarbas.
De acordo com o peemedebista, o Governo Federal bate recordes na arrecadação de tributos, o que permitiria abrir mão da CPMF. “Sou contra a prorrogação da CPMF.
O Governo não merece mais esse cheque em branco.
Manter a CPMF é autorizar o Governo Lula a continuar aumentando seus gastos, sem nenhum controle”.
Segundo Jarbas, o Governo Lula gasta muito e gasta mal. “Apenas entre janeiro e junto deste ano, o gasto com pessoal cresceu 12,77%; a despesa com custeio e capital saltou 12,98%”.
Jarbas Vasconcelos condenou a estratégia do Governo e da base governista de “marginalizar” os movimentos que surgiram contra a prorrogação da CPMF. “Esta conveniente ignorância dos defensores do imposto esconde que as classes menos favorecidas são as mais atingidas pela CPMF, que aumenta os custos e incide sobre toda a cadeia produtiva e no caso dos alimentos é cobrado cumulativamente desde o agricultor até o varejo”.
O senador pernambucano questionou também a argumentação do Governo de que o dinheiro da CPMF serve para financiar a melhoria da qualidade dos serviços da Saúde pública no País. “A maior parte desse dinheiro, de acordo com os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAF), termina sendo utilizada para pagar serviços terceirizados da área de saúde.
Apenas 0,21%, cerca de R$211 mil, destinaram-se a investimentos.
Por outro lado, mais de R$122 milhões foram aplicados no pagamento desses serviços médico-hospitalares terceirizados”.