Depois de passar todo o dia de ontem trabalhando no projeto de lei que trata do fim do nepotismo, o deputado Isaltino Nascimento, do PT, deve apresentar hoje, na Assembléia Legislativa, seu parecer sobre o polêmico tema.

Na semana, o relator havia dito que defenderia a aprovação do tema, proposto pelo Governo do Estado e anteriormente pelo TCE.

Só que o próprio presidente da Assembléia Legislativa, apresentou questionamentos, na semana passada.

Ele disse que os projetos eram inconstitucionais.

O deputado tem o filho Guilherme Uchoa Júnior nomeado como assessor especial em seu gabinete.

Releia aqui.

O desfecho ocorre hoje, às 10 horas, na Comissão de Constituição e Justiça.

Caso se confirme um parecer favorável, será uma situação inusitada.

Pela primeira vez, o principal representante do Legislativo poderia ser atropelado pela base do Governo. “A tese defendida pelo presidente da Assembléia não é correta.

A Constituição prevê a impessoalidade na gestão pública desde 1988.

A Procuradoria do Estado já fez a leitura jurídica”, já chegou a afirmar a deputada Tereza Leitão.

Isaltino, no entanto, enclausurou-se, sem emitir sinais do que pretende apresentar.

Sem um encaminhamento da questão mais ou menos claro, a deputada Teresa Leitão, membro da Comissão de Constituição e Justiça, defendeu que a Assembléia Legislativa deveria votar logo os projetos antinepotismo do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Executivo, na Casa há 175 dias.

Para ela, alguns colegas estão tentando repetir a mesma tática utilizada na discussão sobre o fim do jetom (remuneração extra nas sessões extraordinárias).

Ou seja, protelam o debate por temerem que a sociedade pressione o Legislativo a também acabar com a prática de empregar parentes. “Está havendo uma confusão.

O que está em votação não é um projeto do Legislativo, que nem existe.

Os deputados parecem estar fazendo um trabalho preventivo de longo prazo.

Temos que separar as coisas.

Votar os dois projetos, aprová-los e, depois, fazer o debate sobre o nepotismo na Casa”, disse. “A Câmara não vai legislar sobre o Executivo estadual.

Se o Estado quer avançar no combate ao nepotismo, a gente vai ser contra?”, questionou.

Um recuo do governo nesta matéria representaria uma lamentável capitulação diante de interesses menores.