Por João Valadares, no PE Body Count Acompanhei durante todo o dia a Operação Highlander, uma das maiores ações já executadas pelas Polícias Civil e Militar de Pernambuco.
Vinte e nove pessoas foram presas.
Mais de 240 policiais participaram da operação.
O grupo criminoso é acusado de praticar homicídios por encomenda, fraudar o INSS, roubar carros, alugar e vender armas e montar desmanches de veículo pelo Estado.
Uma organização criminosa bem estruturada.
O que chama a atenção é que oito policiais militares, metade lotada no 6º BPM, integram o bando. É o crime de farda, nas entranhas do Estado.
Criminosos que utilizam o bem público e têm os salários pagos pelos contribuintes.
Todos os dias, eles vestem a farda, apresentam-se aos superiores e vão às ruas.
Estão lá, na esquina.
Misturam-se aos bons.
Não há letreiro na farda avisando que são bandidos. É o criminoso camuflado, alimentado por nós e pela estrutura pública.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social, eles faziam a escolta dos líderes da quadrilha, emprestavam carros para as ações criminosas e participavam diretamente dos homicídios. “Por mil reais, matavam uma pessoa”, declarou o delegado-titular do GOE, Antônio Barros.
Uma lista com o nome de cinco vítimas de homicídio e outras duas que sofreram tentativa de homicídio foi divulgada.
Perguntei ao comandante-geral da Polícia Militar, Iturbson Agostinho dos Santos, quantos policiais militares já haviam sido afastados este ano por práticas criminosas. “No ano passado, a corregedoria-geral afastou 17 policiais, entre cabos e soldados.
Este ano, já foram 27.” Ainda de acordo com Iturbson, 6 oficiais foram submetidos ao Conselho de Justificação em 2006 e três este ano.
Os policiais militares presos são César Camilo de Sousa (11º BPM), Dílson José Silva (18º BPM), Edenilton Carneiro da Silva (6º BPM), Clóvis Zacarias Pimentel (6º BPM), Alberto Bezerra Cavalcanti da Silva (6º BPM), José Gibson da Silva Araújo (6º BPM) e Roberto Domingos da Silva (Radiopatrulha).
Apenas o policial reformado Edson Quirino ainda está foragido.
Todos vão responder a processo administrativo e, se for comprovada participação nos crimes relacionados, serão expulsos da corporação.
Três deles são acusados de prender alguns integrantes do bando, conhecido como Highlander, e soltá-los depois de receber dinheiro.
A corregedoria-geral da SDS é um dos maiores instrumentos para termos uma polícia séria e cumpridora dos deveres constitucionais.