Por Joana Rozowykwiat Da editoria de Política do JC Depois de aliados e até mesmo petistas terem cogitado o lançamento de mais de uma candidatura do bloco governista à sucessão no Recife, o prefeito João Paulo (PT) voltou, ontem (19), a defender a unidade da frente em 2008.

Para ele, a estratégia de múltiplas candidaturas abriria um precedente perigoso, inclusive para a construção da união da base na disputa pelo governo do Estado, em 2010.

Embora a declaração tenha soado como um recado, o petista negou que estivesse antecipando qualquer posicionamento do PT. “Acho um equívoco pensarmos em mais de uma candidatura do nosso campo.

Até porque ter mais de uma candidatura hoje, pode significar ter mais de uma candidatura na sucessão de Eduardo Campos, em 2010”, analisou.

Para ele, essa “dispersão não é sábia”. “Se estamos no governo, há um processo secessório a ser conduzido e estamos todos aliados nos planos municipal, estadual e federal, não há razão para ter mais de um candidato.

Isso abriria um precedente e poderia deixar margem para que nós possamos discutir mais de uma candidatura também em 2010”, ponderou.

João Paulo afirmou que não falava em relação ao PT, mas ao bloco governista como um todo.

O prefeito disse que existe a necessidade de a frente centrar-se na discussão da estratégia a ser utilizada na sua sucessão, mas não quis adiantar se deverá reunir logo os aliados para tratar do assunto.

Ele negou que as crescentes manifestações de membros da base sobre a possibilidade de ter mais de um candidato em 2008 estejam lhe causando incômodo. “Não fiquei chateado, não há incômodo.

São apenas modos diferentes de ver.

Mas acho que temos que estar afinados na maioria das cidades e, no caso, o Recife é simbólico”.

O vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB) e o deputado federal Sílvio Costa (PMN) foram os primeiros a defenderem que a tese de várias chapas da frente governista, no Recife, deveria ser analisada.

Os dois acham que o assunto deve ser discutido como uma estratégia que já deu certo em outras ocasiões.

Recentemente, o deputado federal Pedro Eugênio (PT), em entrevista ao JC, avaliou que a candidatura única não pode ser construída passando por cima dos processos internos de cada partido, e que ter vários palanques pode até ser desejável.