Do site Ecodebate e Agência Brasil Brasília - Manifestações contra e a favor da transposição do Rio São Francisco estão marcadas para a próxima quarta-feira (22) em Brasília.

Movimentos sociais agendaram uma marcha na capital federal e marcaram reuniões com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia.

Os manifestantes pró-transposição vêm a Brasília também no mesmo dia.

E contam com o apoio de quatro governos estaduais do Nordeste: Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. “Estamos nos organizando para fazer uma grande marcha em Brasília em apoio ao presidente Lula e à iniciativa da transposição”, explica o governador paraibano, Cássio Cunha Lima (PSDB). “Queremos que se manifeste a maioria que defende a transposição e que até aqui se manteve silenciosa”.

As obras preparatórias para a transposição foram iniciadas pelo Batalhão de Engenharia do Exército há cerca de dois meses.

Um grupo de movimentos sociais organizou, na época, um acampamento para paralisar as obras.

O governo federal conseguiu na Justiça a reintegração da posse do terreno.

No entanto, os índios Truká reivindicam a área, por onde passaria parte dos canais.

Atualmente, a licitação para o início das obras está parada por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Pelos contrários, em cerca de duas semanas, um grupo de especialistas e representantes de movimentos sociais percorrerá 11 capitais brasileiras.

O objetivo é expôr argumentos contra a transposição do Rio São Francisco.

Batizada como Caravana Nacional em Defesa do Rio São Francisco e do Semi-árido, Contra a Transposição, a peregrinação pelas capitais será feita por 12 pessoas.

Em cada cidade, o grupo vai mobilizar sociedade civil, políticos e estudantes para manifestações. “A transposição é uma grande mentira.

O que precisa ser discutido é como resolver o problema do semi-árido brasileiro sem acabar com o rio”, critica um dos representantes da campanha, Apolo Heringer Lisboa.

Em Brasília, a caravana chega na próxima quarta-feira (22).

Haverá reunião com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, e com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT–SP). “Se a gente tentar levar a manifestação para os governantes, há chances de que haja mudanças muito grandes”, disse.

Como exemplo, Lisboa lembrou o exemplo do frei Dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra, na Bahia.

O frei ficou dez dias em greve de fome em 2006 para chamar atenção das autoridades políticas e da sociedade contra a transposição.

Segundo o representante da caravana, atitudes como essa fazem com que o governo abra espaço e discuta com a sociedade alternativas para o semi-árido que não seja a transposição do rio. “O povo está acreditando que tirar água do São Francisco vai trazer emprego.

E não vai!

Então, são atitudes e ações que precisam ser discutidas”, ressaltou.