Oito meses depois de tomarem posse, oito governadores e três senadores correm o risco de perder seus mandatos.

Eles são acusados de abuso do poder econômico, uso da máquina e compra de votos, e seus casos estão sendo julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O presidente do tribunal, ministro Marco Aurélio de Mello, diz que a disposição dos sete ministros é de agir com rigor.

Em seus discurso de posse, que ocorreu durante o escândalo do mensalão, Marco Aurélio afirmou que na sua gestão no TSE não haveria contemporizações e muito menos condescendência.

Nos últimos anos, de fato, o TSE confirmou algumas cassações de mandatos. “Não posso adiantar meu voto nestes casos, mas, se quiserem saber o que penso, dou uma dica, leiam meu discurso de posse”, afirma Marco Aurélio.

Estão com seus mandatos na berlinda os governadores de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB); de Rondônia, Ivo Cassol (PPS); da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB); do Maranhão, Jackson Lago (PDT); de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB); de Sergipe, Marcelo Déda (PT); de Alagoas, Teotonio Vilela (PSDB); e, de Roraima, Ottomar Pinto (PSDB).

O mesmo ocorre com os senadores Expedito Junior (PR-RO), Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e Gim Argelo (PTB-DF), suplente do ex-senador Joaquim Roriz.

Como Roriz já renunciou, se seu suplente for cassado, haverá eleição suplementar em Brasília. “Estamos trabalhando para dar maior agilidade aos julgamentos.

O fator tempo é crucial para evitar o exercício indevido de mandatos”, diz Marco Aurélio.

O TSE tem sido mais rigoroso nos últimos anos, ao aplicar a lei eleitoral e ao coibir as práticas que impedem a livre manifestação dos eleitores.

Mas o mesmo não ocorre quanto ao tempo que o TSE leva para julgar os casos e tomar uma decisão.

O ex-governador de Roraima Francisco Flamarion Portela, eleito em 2002 pelo PSL e depois filiado ao PT, teve um processo considerado rápido: seu mandato foi cassado em agosto de 2004, um ano e oito meses depois de tomar posse.

Em seu lugar, assumiu o atual governador, Ottomar Pinto, um dos que agora podem perder seu mandato.

O mesmo não ocorreu no caso do ex-governador do Piauí Mão Santa, eleito em 1998 e cassado em novembro de 2001, quando assumiu o candidato derrotado, Hugo Napoleão (DEM).

Nos últimos dois anos, o TSE cassou os mandatos de 19 prefeitos eleitos em 2004.

Outros 140 já foram cassados em instâncias inferiores.