Por Cecília Ramos Da editoria de Política do JC O clima de campanha chegou mais cedo para o município de Aliança, na Mata Norte do Estado, a 81 quilômetros do Recife.
A cidade, que tem 27 mil eleitores, passará por nova eleição direta em setembro, conforme determinou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) na última quarta-feira.
Nesta segunda (20), a Corte votará a resolução que estabelece o novo pleito e o calendário eleitoral da cidade.
A campanha só está liberada após a realização das convenções, quando a divulgação dos possíveis candidatos passará a ser permitida.
A juíza de Aliança, Maria das Graças Serafim Costa, informou que baixou uma portaria proibindo propaganda eleitoral irregular e alusiva à eleição de 2008. “É tradição o clima de acirramento político no município, por isso o cuidado é redobrado”, salientou a magistrada.
O TRE já se posicionou sobre o caso Aliança e reforçou que propaganda extemporânea é crime eleitoral e os desobedientes à legislação podem ser presos.
A partir de amanhã, a disputa deve esquentar, com a divulgação dos prazos da eleição suplementar.
Pela oposição ao ex-prefeito Carlos Freitas (PSDB) estão cotados os nomes de Ana Flávia Barros (PDT) e Azoka Gouveia (PR), respectivamente segundo e terceiro colocados na eleição de 2004.
A decisão sobre quem encabeçará a chapa sairá esta semana, quando os partidos terão o resultado das pesquisas encomendadas.
A estratégia é lançar candidatura única para ter mais chances de vitória.
O acordo é costurado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT) e o prefeito Lula Cabral (PTB).
Ambos têm bases políticas na cidade.
Embora o nome escolhido seja o candidato do Palácio, o apoio do governador Eduardo Campos (PSB) será à distância. “O governador já avisou que não vai se intrometer no assunto e não deve nem pisar lá (em Aliança)”, informou o secretário de Relações Institucionais do Governo, Ettore Labanca (PMN).
Do lado governista, o nome mais cotado é Assuero Vasconcelos (PSDB), que assumiu a prefeitura no mandato-tampão.
Também especula-se uma possível candidatura do ex-secretário de Cultura da cidade Xisto Freitas, filho do ex-prefeito.
O palanque governista deverá contar com o ex-governador Mendonça Filho (DEM), que recebeu o apoio dos tucanos de Aliança na eleição ao governo em 2006.
O TRE determinou novo pleito no município após confirmar, na última quarta-feira, a cassação dos mandatos do ex-prefeito Carlos Freitas, do vice Pedro Cavalcanti, e da ex-presidente da Câmara Ana Maria Freitas (todos do PSDB) por compra de votos na eleição de 2004.
A ação foi impetrada pela coligação Frente Trabalhista Popular (PDT/PTB/PCdoB/ PSDC/ PCB) que tentou eleger Ana Flávia em 2004.
A cassação foi determinada pela juiza de Aliança, em fevereiro de 2006, e confirmada pelo TRE e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O grupo tucano renunciou aos cargos na última segunda-feira, na tentativa de provocar uma eleição indireta.
Nesse formato, os vereadores escolhem o sucessor, o que garante ao grupo tucano a manutenção do poder.
A Câmara de Aliança conta com nove vereadores, dos quais apenas dois são da oposição.