O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), ainda não conseguiu encontrar um relator para a terceira representação apresentada contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para investigar sua suposta sociedade com o empresário João Lyra na JR Rádio Difusora de Alagoas e um jornal, mas alguns conselheiros já defendem a realização de uma acareação para tentar desvendar o caso.

Depois de ouvir ontem (17) uma testemunha confirmando a versão de Lyra, de que ele realmente é sócio de Renan, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai propor uma acareação entre o empresário e o primo do presidente do Senado, Tito Uchôa, que seria o “laranja” do senador nesta sociedade.

A idéia ganhou o apoio do senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do primeiro processo contra Renan no Conselho. “Escolhido o relator, nenhuma oitiva deverá ser dispensada para esclarecer o caso.

A acareação costuma funcionar bem.

Nos detalhes dá para ver quem está falando a verdade”, observou Casagrande, estranhando que o empresário João Lyra não tenha nem mesmo um contrato de gaveta para comprovar sua sociedade com Renan.

Em carta encaminhada ao gabinete de Tuma, Tito Uchôa se colocou à disposição para colaborar com a investigação.

A preferência de Uchôa, porém, é de depor no Conselho de Ética, que deverá levar adiante a investigação das denúncias feitas por João Lyra, a partir da representação do DEM e do PSDB.

Se necessário, o primo de Renan admite se submeter a uma acareação com o empresário para rebater o que classificou de “descabidas acusações” feitas por Lyra.

Para o corregedor do Senado, Tito Uchôa é uma peça fundamental nesta investigação, tendo em vista que nem Lyra nem o jornalista Luiz Carlos Barreto Goes, que depôs ontem em Maceió, apresentaram provas que sustentem a versão de que o presidente do Senado seria sócio do empresário alagono. “Se me permitirem continuar conduzindo essa investigação no Conselho de Ética, vou propor sim a acareação”, adiantou Tuma, confirmando que o jornalista Barreto Goes admitiu administrar o jornal que teria sido comprado por Renan, mas não apresentou prova documental que comprometa o senador ou que confirme a sociedade.