Guilherme Uchoa é um político polêmico e corporativista assumido.

Orgulha-se de declarar suas posições em público, sem temer a reação da opinião pública.

Irônico, chegou a brincar, ontem, ao defender o nepotismo. “Muita gente me pediu para não mexer mais no assunto.

Deveria me chamar Expedito.

Só defendo causas impossíveis”, discursou, referindo-se ao santo conhecido como o padroeiro das causas urgentes.

Em outubro de 2005, Uchoa fez campanha em favor do armamento, durante o referendo das armas.

Na Assembléia, embora a maioria dos deputados seguisse sua posição, o tema era uma espécie de tabu, por ser considerado politicamente incorreto.

Em novembro de 2006, Uchoa criou mal-estar ao trabalhar contra a entrega do título de Cidadão de Pernambuco ao ex-procurador-geral de Justiça, o paraibano Francisco Sales.

A proposta teve que ser retirada de pauta para não ser derrotada.

Dois dias depois, foi aprovada por 34 votos a favor e um contra, justamente o de Uchoa.

O gesto do deputado foi uma retaliação à ação do Ministério Público contra o ex-prefeito de Abreu e Lima Jerônimo Gadelha, aliado de Uchoa que foi preso, dois meses antes, acusado de desvio de verba pública.

Durante os 33 dias de prisão, Uchoa visitou Gadelha quase que diariamente. “Se ser amigo dos amigos até nas horas difíceis é ser corporativista, então eu sou.

Por causa das minhas posições, sou respeitado pelos companheiros”, costuma afirmar.(J.C.) PS: A propósito, releia aqui o artigo do presidente da OAB de Pernambuco, Jayme Asfora, criticando a prática nefasta do nepostismo e pedindo o seu fim.