Na terça-feira, o setorista de Política do JC na Assembléia Legislativa, Jorge Cavalcante, colheu a declaração depreciativa do presidente da AL, Guilherme Uchoa, contra as pessoas que se posicionam contra o nepotismo. “Quem cobra (o fim do nepotismo) é quem não tem nada o que fazer.
Quem trabalha não vem apitar na porta da Assembléia”, afirmou, em certo trecho.
A frase foi publicada na edição do JC desta quarta-feira, não tendo sido contestada por 48 horas, até esta manhã.
Uchoa poderia tê-la desdito. É um direito seu.
Aliás, antes da publicação, qualquer pessoa pode arrepender-se e pedir para um repórter não publicar.
Não pode é acusar o Blog de distorção.
Simplesmente, não cabe.
Leia abaixo a íntegra do texto do JC, em que o Blog se baseou, com o trecho citado em negrito: Uchoa quer projetos arquivados Publicado em 15.08.2007 Defensor declarado do nepotismo, o presidente da Assembléia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), deixou claro ontem que a nomeação de parentes para cargos comisisonados na Casa só vai terminar quando o Congresso Nacional aprovar uma lei específica. “Nepotismo aqui só acaba se acabar em Brasília”, disse.
A Proposta de Emenda Constitucional antinepotismo se arrasta na Câmara dos Deputados desde 1996 e não há expectativa para que seja colocada em votação.
Juiz aposentado, Uchoa reconheceu, porém, que não há nenhum impedimento para que a Casa apresente uma proposta antinepotismo, sem seguir à espera do Congresso.
O deputado classificou o nepotismo como uma questão subjetiva. “Se algum parlamentar achar que é imoral, que demita seu familiar”, disparou. “Há as normas éticas e as regras técnicas.
Só tenho medo do que a lei proíbe.
Portanto, meu filho continua no meu gabinete”, garantiu.
Para ele, Uchoa disse ainda que, se fosse relator dos projetos do Executivo e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), pediria o arquivamento das matérias.
Indagado sobre a pressão da sociedade contra o nepotismo, o deputado mostrou não se importar com a opinião pública. “Quem cobra (o fim do nepotismo) é quem não tem nada o que fazer.
Quem trabalha não vem apitar na porta da Assembléia”, afirmou.
No final de fevereiro, quando o governo anunciou a elaboração do projeto antinepotismo, Uchoa chegou a afirmar que a Casa também redigiria uma proposta.
Mas, depois, recuou e alegou que não havia consenso entre seus pares sobre a extensão da proibição – se seria até o segundo ou terceiro grau.
Esta não é a primeira vez que a Assembléia segue a reboque do Congresso.
Na legislatura passada, a Casa só aprovou a redução do tempo do recesso parlamentar e o fim da verba extra durante a convocação extraordinária – o chamado jetom – após iniciativas da Câmara Federal, que viu nas duas medidas uma forma de reagir à onda de escândalos que abateu o Congresso. (Jorge Cavalcante)