Reproduzimos ontem (terça, 14), aqui no Blog, matéria publicada no site do jornal O Dia, do Rio de Janeiro, mostrando que a polícia civil daquele Estado vem realizando investigações sobre a venda de drogas durante os ensaios da escola de samba Mangueira, que ocorrem nos fins de semana, até o carnaval.

A polícia chegou a grampear o telefone de uma das principais suspeitas: Vera Lúcia Santiago, a Verinha Candelária, que trabalha para Francisco Paulo Testas Monteiro, o Tuchinha - ex-líder do tráfico na comunidade e considerado foragido por não se apresentar à Justiça para garantir sua liberdade condicional.

Tuchinha, aliás, é autor de um dos sambas que concorrem ao direito de animar o carnaval da escola em 2008.

No caso, ele assina como Franscico do Pagode e é favorito.

Isto seria unicamente um problema da Mangueira e da polícia do Rio não fosse o fato de que o carnaval da escola tem como principal patrocinador a Prefeitura do Recife, que está investindo algo em torno de R$ 3 milhões no evento.

O enredo, como já foi fartamente noticiado, homenageia os 100 anos do frevo.

Pois bem.

Na tarde desta quarta (15), procuramos a prefeitura para saber como a questão está sendo acompanhada pelo governo municipal.

Entraram em contato com a direção da escola?

E com a polícia?

Nada de mais.

O básico.

A resposta da prefeitura também foi básica.

Por meio de sua assessoria de imprensa, informou, apenas, que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Nem a secretária de Comunicação e Gestão Estratégica, Lygia Falcão, que está à frente do projeto, nem o prefeito João Paulo, nem ninguém.

Agora, se o principal objetivo do patrocínio é vender o carnaval multicultural na terra do samba, as confusões com Tuchinha e companhia podem, sim, virar má propaganda.

E acabar atrapalhando uma idéia que, na origem, é boa e merece apoio.

Por isso é que não se justifica o silêncio da prefeitura em torno do assunto.

Até porque o dinheiro que está investindo no desfile é dos contribuintes, dos recifenses.

E todos têm direito à informação.

Ponto.

Para ler a matéria no site do jornal O Dia, clique aqui.

Leia tudo o que já publicamos sobre o assunto aqui.