O prefeito João Paulo anuncia, nesta terça (14), uma série de ações para controlar a poluição visual no Recife.
A coletiva acontece às 10h30, na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito.
A prefeitura da Cidade de São Paulo, maior economia do país, adotou medidas severas recentemente, mesmo contra o protesto dos publicitários.
Por pouco, pessoas já não foram mortas na queda de algumas dessas placas, em plena Boa Viagem.
No Recife, a promessa ocorre apenas um dia após o Jornal do Commercio dar início a uma série de matérias sobre as mais diversas formas de poluição visual.
Nesta segunda, o enfoque foi a Zona Sul do Recife.
Nos bairros do Pina e Boa Viagem, a desordem dos anúncios publicitários encobre fachadas de prédio e mancha a paisagem da cidade.
Outdoors e placas luminosas estão por toda a parte.
O mais sério é que o poder público não fiscaliza as irregularidades e contribui para o agravamento do problema.
O excesso de propaganda expõe a falta de fiscalização e regulamentação do uso do espaço público.
Os flagrantes do desrespeito são vistos a cada esquina.
Outdoors, anúncios luminosos (toplight) e painéis eletrônicos estão em todas as partes.
O mais grave é que, na ausência do poder público, a indústria da propaganda cria suas próprias regras e aposta no quanto maior, melhor.
O exagero é visível.
Na Zona Sul, principalmente nos bairros do Pina e Boa Viagem, o vale-tudo da publicidade não respeita limites e deixa um rastro de desordem.
Antes de chegar ao Pina, no Viaduto Capitão Temudo (Ilha Joana Bezerra), há um amontoado de luminosos. É a saudação de boas-vindas para quem se dirige à Zona Sul.
São mais de 20 anúncios, dos dois lados.
Alguns estão em péssimo estado de conservação.
Em três deles, a placa foi retirada, no entanto, o mastro de suporte permanece lá.
Na Avenida Herculano Bandeira, principal via de acesso à Zona Sul, os anúncios são tão exagerados que chegam a esconder parte das fachadas comerciais.
Na Domingos Ferreira, muitos prédios residenciais contribuem para a poluição visual da cidade.
Em nome do retorno financeiro, as áreas comuns dos edifícios são cedidas para a instalação dos anúncios publicitários, principalmente outdoors.
Em entrevista ao JC, a arquiteta e urbanista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lúcia Leitão declarou que é contra o excesso de propagandas. “Muitos desses anúncios impedem que a pessoa usufrua da paisagem natural e construída da cidade”, afirma.
Ela lembrou que o grande número de propagandas compromete o repasse da informação porque a mensagem não é apreendida pelo público.
Conforme Lúcia Leitão, outdoor é uma peça criada para rodovias por apresentar mensagens rápidas e não deveria ser permitida sua utilização nas ruas da cidade. “É uma distorção o outdoor no espaço urbano”, avalia.
Em tese, para a instalar de uma placa de publicidade é preciso ter uma licença da prefeitura.
Fiscais da Diretoria de Controle Urbano (Dircon) deveriam visitar o local e verificar se o projeto implantado foi seguido à risca.