Da Folha Online, em Brasília O presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos), Sérgio Gaudenzi, disse nesta segunda-feira ser favorável à privatização de parte dos aeroportos brasileiros.

Durante depoimento à subcomissão temporária de regulamentação dos marcos regulatórios do Senado, Gaudenzi afirmou, no entanto, que somente 10 dos 67 aeroportos do país poderiam despertar interesses para investimentos por serem superavitários. “Eu não tenho preconceito com relação à privatização.

Temos 67 aeroportos, 10 superavitários e 57 como deficitários.

Talvez poucos [INVESTIDORES]tivessem interesse em participar de licitações.

Mas não tenho preconceitos de entrar na área privada”, afirmou.

Em uma sessão esvaziada, com a presença de apenas quatro senadores, autoridades do setor aéreo prestaram esclarecimentos sobre a crise que atinge o setor.

O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, rebateu críticas sobre a atuação da agência na regulamentação do setor aéreo. “Às vezes vêm críticas como se nós tivéssemos responsabilidades que não são nossas.

Se estereotipou a responsabilidade nas costas da Anac que ela não pode assumir”, afirmou.

Zuanazzi afirmou, por exemplo, que a Anac não pode ser apontada como responsável por ampliar o tráfego aéreo no aeroporto de Congonhas (SP). “Nunca a Anac liberou um horário a mais para Congonhas desde que a agência existe.

Se houve, foi antes da Anac.

Eu sou totalmente a favor de diminuir aquele aeroporto.” O presidente da Anac também disse que, ao contrário das críticas recebidas pela agência, ela não deixou de punir companhias aéreas por irregularidades cometidas com os passageiros. “Nós multamos as empresas.

Se pegarmos multas de 2006 em relação a 2005, elas são muito maiores”, justificou.

Zuanazzi reconheceu, no entanto, que a Anac falhou no que diz respeito à troca de informações com os passageiros nos momentos de crise. “Demoramos, sim, a melhorar a comunicação com os usuários durante a crise.

Esse é uma crítica que eu reconheço”, afirmou.

Apesar de evitar fazer comentários sobre mudanças no marco regulatório do setor aéreo, Zuanazzi defendeu que a Anac absorva parte das funções que atualmente são do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). “Vale transferir para a Anac a tarefa de regulação e fiscalização do sistema de controle aéreo, hoje a cargo do Decea.

Fala um órgão de governo que seja braço executivo do Conac para formular políticas públicas”, afirmou.