No mesmo dia em que os socialistas homenageia a memória do ex-governador Miguel Arraes, dois anos após sua morte, o senador Jarbas Vasconcelos não perdeu a oportunidade de fustigar o governador Eduardo Campos, em rápida entrevista ao radialista Geraldo Freire, agora de manhã.

O comunicador perguntou ao senador o que ele achava das reclamações de Eduardo relacionadas com a chamada herança maldita, como são conhecidas as condições que um gestor público deixa a administração para um outro. “Herança maldita eu recebi da família dele.

Só consegui ajustar o Estado depois de muitos anos.

Ele recebeu um Estado de pé.

Veja o caso de Suape, da 232, das estradas no interior.

Ninguém pegou herança maldita maior do que”, afirmou, negando-se a avaliar o governo de Eduardo Campos por considerar cedo demais.

Novos Livros sobre Arraes Nesta segunda-feira, a Fundação João Mangabeira e o Instituto Miguel Arraes lançam os livros “Arraes na Boca do Povo”, cordéis sobre a trajetória de Arraes organizado por Juareiz Correya; e “Cartas de Agosto”, compilação de textos publicados na imprensa nacional após o falecimento de Miguel Arraes, selecionados por Evaldo Costa.

O evento será realizado na área central do Paço Alfândega, às 19 horas e marca os dois anos da partida de Arraes.

Atual secretário de Imprensa do Governo de Pernambuco, o jornalista Evaldo Costa foi o porta-voz da família Arraes durante os 57 dias de internamento até o último momento de seu líder maior.

Após dois anos sem um dos personagens mais importantes da política brasileira, Evaldo presta essa homenagem ao governador Miguel Arraes, ao reunir em “Cartas de Agosto” uma coletânea de textos publicados na imprensa da época sobre a lacuna que se instalou no cenário político e suas conseqüências em virtude da perda do guerreiro do povo.

Na apresentação do livro, o jornalista destaca o compromisso essencial de Miguel Arraes com os mais necessitados, sua grande obra de governo realizada em suas três passagens pelo Palácio do Campo das Princesas. “Estas Cartas de Agosto são, em suma, mensagens para o futuro, relatos carregados de emoção sobre a ação política de um homem que marcou um tempo da vida brasileira…

Dois anos depois, é preciso repetir o grito da multidão que acompanhou o sepultamento no cemitério de Santo Amaro:…

Arraes vive!”.

O poeta e contista Juareiz Correya traz à baila no livro “Arraes na boca do povo”, trabalhos de poetas populares nordestinos - oito cordelistas e sete repentistas - que transmitem a biografia poética de Miguel Arraes de Alencar e sua personalidade notável, cuja vida e trajetória política se confundem com a história de Pernambuco.

A obra registra textos de oito folhetos com fidelidade publicados a partir do ano de 1959. “Trata-se de uma produção poética que se iniciou há quase meio século e se estendeu pelos principais momentos da vida política do grande político nordestino, tendo a oportunidade e o privilégio de reunir alguns dos nomes mais importantes do Olimpo popular regional”, define Carlos Siqueira, Diretor Geral da Fundação João Mangabeira, na apresentação deste livro.