Da Folha de São Paulo A Câmara dos Deputados abriu mão de economizar recursos públicos.

Em reunião da Mesa Diretora, foi baixado um ato permitindo a deputados transferência do saldo que sobra da verba para comprar passagens aéreas (cota aérea) para os gastos com telefone e correio (cota postal/ telefônica).

Ciro Nogueira (PP-PI), por exemplo, autor da proposta, tem direito a R$ 25 mil mensais para viagens Piauí-Brasília.

Levantamento feito nas 3 maiores empresas aéreas mostra que, em média, ele compraria 29 passagens de ida e volta com o valor.

Como, em média, deputados se deslocam quatro vezes ao mês entre seu Estado e Brasília, sobrariam 25 passagens, cerca de R$ 21 mil.

Anteriormente, o dinheiro só poderia ser usado na emissão de bilhetes.

No final de um ano, o que não fosse usado, permanecia nos cofres da Câmara.

Com o ato- publicado em 5 de julho-, deputados podem usar dinheiro que sobra da cota aérea e cobrir o que ultrapassar a verba para telefone e envio de cartas a eleitores.

Isso evita o desconto que era feito nos salários daqueles que estouravam a cota postal/telefônica.

Normalmente, a cota aérea supre com folga a necessidade dos parlamentares.

A verba para é reajustada semestralmente, pelo índice de inflação.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que assina o ato, disse, por meio da assessoria, que “é sua atribuição legal assinar atos e decisões da Mesa”.

Ciro Nogueira defendeu a medida dizendo que ela não acarreta gastos extras.