Por Luís Carlos Lins Fui assaltado pela segunda vez!

Foi agora à tarde (quinta-feira), entre o hospital Santa Helena e o viaduto que dá acesso ao bairro da Cohab, no Cabo de Santo Agostinho.

Era mais ou menos 17 horas e 15 minutos, quando dois jovens, aparentando 18 anos o mais velho e talvez, 16 ou 17 o segundo, entraram no micro-ônibus ainda no terminal e não disfarçavam a ansiedade, olhando com insistência para o pára-brisa do veículo.

A ação foi rápida.

Com um 38 que parecia ser niquelado pediram relógios, celulares e em cima do viaduto pediram parada.

Uma passageira, voltando do trabalho, foi possuída por tremores incontroláveis, outras pessoas começaram a chorar.

Graças a Deus, só perdemos objetos pessoais, inclusive meu relógio.

Após o susto, lembrei de meus dois filhos (3 e 4 anos).

Ainda tive tranqüilidade para ligar pra minha esposa (não levaram meu celular) e pedi pra ela voltar de ônibus, pois é mais difícil assaltarem ônibus lotados, principalmente com estudantes em final de tarde.

Já perto de casa pensei no que aqueles dois jovens poderiam estar fazendo se tivessem oportunidades, e o que será deles mais adiante.

Não poderia deixar de lembrar de nossa classe política, dos desmandos, da corrupção, da desigualdade absurda.

Lembrei até dos carros blindados locados pelos deputados de Pernambuco, que podem até prevenir, mas não resolvem o problema!

Por último, lembrei do texto atribuído ao craque Zé Roberto, que se exilou na Alemanha, em busca de paz e dignidade.

Pra ele e sua família.

Pensei… e nós, pra onde vamos!

Diante de um assalto já anunciado, que sensação horrível… de impotência!!!

PS: Luís Carlos Lins é membro do Fórum Permanente Pela Ética na Política e militante do MTC