Por Ana Lúcia Andrade Cada vez mais desconfortável no PMDB, liderado em Pernambuco pelo senador Jarbas Vasconcelos, e com o calendário eleitoral correndo no prazo limite de filiações imposto aos que pretendem disputar um mandato nas eleições no ano que vem, o deputado federal Carlos Eduardo Cadoca foi buscar interlocução com quem ainda o ouve no partido: a direção nacional da legenda.

O parlamentar confirmou, ontem, que procurou o presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), para informá-lo sobre as dificuldades que enfrenta no Estado.

Cadoca pleiteia a condição de candidato da legenda à Prefeitura do Recife.

Seu colega de partido, deputado federal Raul Henry, tem o mesmo projeto e conta para isso com o apoio do senador Jarbas Vasconcelos. “Tenho sempre estado com ele (Temer).

Mas, agora, apenas o informei dos acontecimentos do fim de semana.

Só para ir mantendo informada a executiva nacional para que na hora em que eu precisar tomar uma decisão, eles não sejam surpreendidos. É isso”, informou Cadoca, por telefone, de Brasília.

A conversa entre Cadoca e Temer aconteceu após a entrevista do primeiro vice-presidente do PMDB estadual, Marcus Cunha, concedida ao JC na última sexta-feira e publicada na edição do sábado.

Cunha mandou um duro recado a Cadoca.

Disse que as portas do PMDB estavam abertas para ele deixar o partido porque o candidato da legenda à PCR, em 2008, já foi escolhido: o deputado Raul Henry.

Cadoca assegurou, entretanto, que não tratou com Temer sobre uma possível saída do PMDB e filiação em outra legenda que avalize seu projeto de disputar a PCR em 2008. “Não tem nada disso.

Eu tenho uma boa relação com todos do PMDB nacional, sobretudo com Temer e estou vendo que vou tomar uma decisão brevemente, de ficar ou de sair, enfim, vou ter que fazer alguma coisa.

Tive o cuidado de mantê-lo informado das minhas dificuldades porque ele é o presidente e precisa ficar sabendo.

Preciso preparar as coisas.

Mas não avançou em nada.

Ainda estou na mesma posição de esperar a posição do partido”.

O JC tentou fez contato com Michel Temer, mas não obteve retorno.

Um dos partidos que se especula uma possível filiação de Cadoca, caso ele deixe mesmo o PMDB, é o PSC.

A legenda é presidida no Estado pelo deputado estadual Cleiton Collins, o mais votado na última eleição com 89.459 votos.

Procurado pelo JC, Collins informou desconhecer qualquer articulação para ingresso de Cadoca na legenda.

Disse que só ouviu falar do assunto pelos jornais.

Mas não descartou que poderia estar ocorrendo na instância nacional do PSC.

A reportagem procurou o presidente nacional da legenda, Vitor Nosseis, e o vice, Pastor Everaldo.

Ambos não foram localizados.