O Uol News apresenta o senador pernambucano como um dos possíveis sucessores de Renan Calheiros, “à medida que cresce a pressão para que o senador Renan Calheiros deixe a presidência da Casa”.

Segundo o site, ele é um dos nomes de maior consenso.

Confira a seguir os principais tópicos da entrevista exclusiva que o UOL News fez com o senador.

Assumir a presidência do Senado “Não é a questão de estar preparado ou não [para esse cargo].

Eu acho que a questão fundamental agora, primordial, é aumentar o nível de pressão dentre e fora do plenário do Senado, bem como agilizar as coisas dentro do Conselho de Ética para que dê um desfecho com relação ao caso Renan.

Articular um nome agora, o meu ou qualquer outro, não é adequado.

Até porque Renan tem acusado a mídia e os políticos de oposição de tramarem contra ele.

Então, é fundamental que a gente se apegue às denúncias, procure apurar cada uma das denúncias mal contestadas por ele, para que a gente tenha um final disso. É lógico, é evidente que a imprensa cumpre o seu papel de especular.

Mas a gente aqui não tem esse direito.

A instituição está no fundo do poço e é importante que a gente agilize isso para ter um encerramento.” Renan Calheiros deixar o posto “Ele deveria ter deixado a presidência da Casa desde o primeiro momento.

Antes de fazer aquele encaminhamento ao Conselho de Ética de pessoas de sua tropa de choque, pessoas que levaram àquela série de trapalhadas do Conselho durante o mês de julho.

Só depois é que houve modificações, essa tropa de choque se recolheu e o Conselho de Ética findou achando um rumo, um norte.

Então, é importante que a gente faça isso, é importante que a gente conclua isso, é importante que a gente pressione o atual presidente do Senado.

Ele já deu demonstrações inequívocas de que não quer, não vai deixar a presidência.

Ele deveria ter deixado a presidência da Casa desde o primeiro momento, desde quando a revista Veja o denunciou.

Ele foi à tribuna na segunda-feira e apresentou uma série de documentos envolvendo fazendas, venda de gado, frigorífico.

A mídia e a opinião pública foram em busca disso e contestaram toda aquela documentação que ele acabava de apresentar.” “Complô” contra Renan “[Não há \complô] coisa nenhuma.

Vamos rememorar mais um pouco.

O senador foi acusado de um passo em falso fora do casamento e de que um lobista pagava as suas contas.

Vindo à tona isso, ele veio se apresentar na tribuna do Senado, primeiro mostrar um patrimônio que a maioria das pessoas desconhecia, que envolvia fazendas e um número de cabeças de boi muito grande.

No momento em que ele apresentou toda essa documentação, ele despertou o interesse, não só da imprensa, mas também da opinião pública.

Eu aqui como senador da República, teve dias atrás que recebi 600 e-mails por dia do Brasil inteiro, não só do meu Estado, Pernambuco.

Protestando, a maioria me apoiando por causa das minhas posições, mas grande parte ainda cobrando posições, pedindo para o Senado enfrentar essa situação, não deixar que ele continuasse presidindo a Casa.

Então, só na cabeça de Renan mesmo, uma pessoa que está muito pressionada, responsabilizar a mídia, responsabilizar colegas, agredir verbalmente como agrediu nesta terça-feira o senador José Agripino, líder dos Democratas.

Eu fui um dos primeiros a pedir a saída dele para que ele não nos constrangesse presidindo a Casa, e a gente ter que abordar esse tema na sua presença.

Isso é uma coisa altamente constrangedora.” Obstrução da pauta “É um gesto extremo, um gesto que pode ser considerado extremo e radical, mas é o último recurso que nós temos, se o Renan persiste nessa posição de fazer ouvido de mercador, não querer deixar a presidência da Casa, em um momento em que vários parlamentares já pediram.

O líder do PSDB já pediu.

O líder dos Democratas já pediu.

O líder do PDT já pediu.

Então, se nada disso acontece, se ele não formaliza a sua saída, o gesto extremo é, a partir da próxima semana, quem sabe, obstruir a pauta até uma solução final.” Posição do PMDB “É evidente que o PMDB é hoje da base governista.

O PMDB não é mais um partido, é um satélite do PT, faz o que o Lula e o PT querem.

E tem uma maioria aqui esmagadora. É evidente que o PMDB, através de sua liderança, vai ficar até o final, acredito, com o Renan.

Evidentemente que eu não sei se esse é o sentimento dos integrantes da bancada, que é majoritária aqui, e tem 18 senadores.

Se a obstrução for marcada, eu farei parte dessa obstrução.”