Do projeto Manuelzão, da UFMG De 19 de agosto a 1º de setembro, um grupo de conhecedores do São Francisco e do Semi-árido percorrerá onze capitais brasileiras para promover discussões, buscar consensos e denunciar as incoerências do projeto do Governo Federal de transpor as águas do Velho Chico.
O grupo alerta que a natureza da obra não resolverá os problemas da seca e ainda trará impactos ambientais, econômicos, políticos e sociais negativos.
Alertam ainda que questões fundamentais, como uma verdadeira estratégia para o desenvolvimento sustentável do semi-árido brasileiro e a revitalização das bacias hidrográficas, são tratadas pelo Governo Federal como medidas compensatórias ou de cooptação e barganha.
A Caravana em defesa do São Francisco e do Semi-árido contra a Transposição é composta por especialistas e representantes de movimentos sociais.
Durante a jornada, a equipe distribuirá a revista Transposição: Águas da Ilusão, que aponta as incoerências do projeto do Governo Federal, além de discutir alternativas para o semi-árido.
A jornada terá início em Belo Horizonte, no dia 19 de agosto, quando chegam à capital mineira os integrantes da equipe.
No dia 20, às 10h, a equipe será recebida na reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais.
O reitor da Universidade, Ronaldo Tadêu Pena, e o Secretário de Estado de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, estarão presentes. Às 11:30, a Caravana estará na Praça de Serviços da Universidade em contato com professores, estudantes e funcionários.
Na parte da tarde, a Caravana terá um encontro com o Governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
A visita a Belo Horizonte será encerrada às 15h30 com uma manifestação no quarteirão fechado da rua Rio de Janeiro, entre Tamoios e Praça Sete.
No dia 21, a Caravana estará no Rio de Janeiro, seguindo sua trajetória pelo país.
Motivações A Caravana tenta impedir a aplicação de grandes recursos financeiros num projeto que faz uso político do sofrimento de um povo sem oferecer solução efetiva. É preciso levar a água sim, com urgência e de maneira permanente.
Só que a transposição não é uma solução adequada dos pontos de vista econômico, técnico, social e ambiental. É impossível distribuir a água bombeada a uma população dispersa, a que mais sofre com os efeitos da seca.
O uso dessa água no agronegócio, para irrigação, também é inviável.
A água da transposição, em função de ser bombeada com elevado gasto de energia, terá um custo muito alto para o consumidor ou terá que ser eternamente subsidiada pelo Governo Federal.
Para as cidades, um estudo da Agência Nacional das Águas (ANA) aponta alternativas para os municípios com população em torno de 5.000 habitantes e problemas de abastecimento de todo o semi-árido brasileiro (970.000 km2), e não apenas no Nordeste Setentrional (400.000km2) Se implementadas, essas obras custariam metade do previsto pelo Governo Federal para fase inicial da transposição.
Sobra apenas o argumento da obra pela obra.