Um grupo de 40 pessoas que fizeram o concurso da Chesf, nos dias 15 e 22 do mês passado, entrou na última sexta (3) com uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF), em Pernambuco, pedindo a anulação de todo o processo seletivo. “O concurso público da Chesf, organizado pela Consulplan, reuniu incontáveis irregularidades antes, durante e após sua realização”, diz o texto da denúncia encaminhada ao MPF.
De acordo com integrantes do grupo que fez a denúncia, várias representações semelhantes estariam sendo apresentadas por candidatos de outras cidades do Nordeste.
O concurso teve recorde de inscritos: cerca de 860 mil.
Entre as irregularidades apontadas pelo grupo de Pernambuco estão as seguintes: - Utilização de quesitos copiados de outras provas e concursos (prova para cargo de Arquiteto); - Prova de Engenharia Eletrônica copiada de uma apostila elaborada por um professor da Universidade de Campina Grande, juntamente com um aluno de Mestrado; - Utilização de questões já existentes nas apostilas da própria Consulplan, elaboradas como guia de estudos (cargo de Administração), embora o próprio edital do concurso estabelecesse o ineditismo dos quesitos; - Provas idênticas para as vagas de Engenheiro Agrícola e Engenheiro Agrônomo; - Comunicação entre candidatos, nos sanitários, durante as provas realizadas no Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (CEFET-PE); - Má orientação, por parte dos fiscais de sala, para o o preenchimento da folha de respostas; - Estrutura física precária em várias escolas definidas para o concurso; - Desrespeito da Consulplan ao próprio edital, no momento em que não disponibilizou as provas para download em seu site, prejudicando a elaboração dos recursos pelos candidatos; APOSTILAS No MPF, a avaliação da denúncia ficará sob a responsabilidade do procurador Marcos Antônio da Silva Costa.
Foi ele, inclusive, que atendendo a uma outra denúncia formulada em junho, um mês antes antes do concurso, conseguiu impedir que a Consulplan comercializasse apostilas com questões de provas anteriores.
Como organizadora do processo de seleção, a Consulplan estava impedida por lei de vender as apostilas e acabou concordando em disponibilizá-las gratuitamente na internet.
A entidade também se envolveu em mais uma trapalhada em relação ao concurso da Chesf relativa aos locais de prova.
Inúmeros candidatos foram obrigados a cruzar a Região Metropolitana do Recife para realizar os exames.
Normalmente, os concursos públicos procuram localizar os candidadtos em escolas próximas a seus endereços.
Não foi o que se viu no caso da Chesf.