O presidente do sindicato dos médicos do estado, Mário Fernando Lins, disse à Agência Brasil, estatal, que as conquistas dos médicos foram importantes, mas a categoria vai continuar mobilizada para que o povo tenha uma saúde pública digna. “Entendemos que o governo não pode resolver tudo num estalar de dedos, conseguimos o que foi possível.
A partir de agora, iremos lutar para que os médicos tenham condições de trabalho que tornem o serviço público atraente e o atendimento eficaz”, declarou.
O secretário estadual de Saúde, Jorge Gomes, informou que os médicos das Forças Armadas e da Polícia Militar de Pernambuco, que vinham atuando nas emergência para suprir a carência de especialistas, vão continuar reforçando a assistência aos pacientes até a próxima sexta-feira (8).
Ele assegurou que o plano de ações para reestruturação da assistência médica nas unidades de saúde do estado prevê investimentos de R$ 58 milhões neste e no próximo ano.
Durante a crise no setor de saúde, vários pacientes graves chegaram a ser transferidos em ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e em helicópteros da Polícia Rodoviária Federal para hospitais da rede pública dos estados da Paraíba e do Ceará.
Segundo a agência, voltou hoje ao normal o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que estava sendo feito de forma precária há mais de 20 dias nas emergências dos três maiores hospitais públicos de Pernambuco - Restauração, Otávio de Freitas e Getúlio Vargas - por causa do movimento de demissão coletiva deflagrado por mais de 100 médicos.
Os profissionais de saúde decidiram, ontem (7) à noite, em assembléia no auditório do teatro Valdemar de Oliveira, aceitar nova proposta de aumento de 35% nos salários, oferecida pelo governo do estado, além de garantia de melhores condições de trabalho.
Com a medida, o salário-base passa de R$ 1.400 para R$ 1.900 e a gratificação do plantão, que era de R$ 600, ficou fixada em R$ 1.000.
O projeto de lei concedendo reajuste salarial e instituindo o plano de cargos, carreiras e vencimentos da categoria, que será votado hoje em plenário, durante sessão extraordinária na Assembléia Legislativa, deve ser aprovado e sancionado amanhã (9) pelo governador Eduardo Campos.
As negociações foram intermediadas pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Pernambuco(OAB/PE), Jayme Asfora.