Algumas pessoas ficaram intrigadas com a discrepância entre os aumentos dados aos professores e aos médicos, pelo Governo do Estado.

Na minha opinião, uma das explicações possíveis foi a postura das lideranças sindicais nas negociações.

Os representantes dos médicos não se curvaram às pressões palacianas - o vice-governador, João Lyra, em um episódio infeliz, chegou a acusá-los de agir com interesses políticos.

No caso dos professores, ao contrário, ficou evidente para toda a opinião pública e principalmente para os professores o atrelamento político e a falta de independência de suas lideranças sindicais, servindo apenas de correia de transmissão de partidos.

No caso dos médicos, espera-se que continuam agindo com seriedade e denunciando o caos que vive a saúde, como fizeram nos dias de greve.

Até com direito a filmagens de UTIs.

Só assim, com a consternação constante da opinião pública, os problemas poderão ser resolvidos.

Se vacilarem, se se acovardarem, não terão moral alguma depois para cobrar melhores condições de trabalho, em benefício da própria população.

Provarão que tudo não passou de oportunismo sindical, usando miseráveis doentes para a obtenção de melhorias salariais.

Neste momento, aliás, está ocorrendo uma coletiva no Sindicato dos Médicos de Pernambuco, na Boa Vista.

O objetivo da entidade sindical é informar com detalhes o resultado da Assembléia Geral de ontem à noite, quando foi aprovada a proposta salarial junto ao Governo do Estado, além de esclarecer sobre a volta dos médicos que pediram exoneração de seus vínculos com o Serviço Público Estadual, entre outros assuntos.