Da BBC Em visita à Nicarágua, nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que espera um fim rápido para o processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, investigado por quebra de decoro parlamentar por suspeita de ter despesas pessoais pagas por uma empreiteira. “O Senado, em algum momento, vai tomar uma decisão.

Esse caso não pode ficar a vida inteira dependendo dos discursos políticos.

Em algum momento vai ter de decidir.

Ou o Senado julga, ou a PF investiga, ou a Suprema Corte julga, porque tudo tem de ter começo, meio e fim.

Acho que está chegando a hora de ter um fim”, afirmou o presidente.

Lula disse que telefonou ao senador para lhe dar os parabéns por conseguir votar os projetos que têm importância para o governo. “Recebi ontem um telefonema do ministro (das Relações Institucionais) Walfrido (dos Mares Guia) me contando que o Congresso tinha votado todas as coisas que tinham importância.

Eu liguei para o Renan para dar os parabéns, e ele me contou que o processo de investigação estava em andamento na Suprema Corte”, disse Lula em entrevista a jornalistas brasileiros em Manágua, após almoço com o presidente nicaragüense, Daniel Ortega.

Mas Lula não quis arriscar uma previsão para o fim do processo contra o senador. “Quem sou eu para determinar qual o tempo que o Congresso vai ter para decidir?

Eu, o máximo que faço, é decidir minha agenda e as coisas no Executivo.” Ao responder a uma pergunta sobre se Renan tem o seu apoio, Lula disse que “todo brasileiro, os 190 milhões, terão meu apoio, porque todos são inocentes até que se prove o contrário”.

O presidente também voltou a afirmar, como no dia anterior, que o processo no Senado não pode prejudicar as votações. “Eu, até agora, estou contente com o comportamento do Congresso Nacional, porque já estou com quase cinco anos de mandato, sou o único presidente da República que nunca fiz queixa do Congresso”, afirmou.

Lula disse que o Congresso representa “a cara da sociedade no dia das eleições”, e que funciona como caixa de ressonância das convergências e divergências da sociedade. “Precisamos aprender a conviver com a democracia e os percalços da democracia.

Que é bom, às vezes incomoda, mas ainda é o melhor regime para que a gente possa viver tranqüilamente”, afirmou.