A Promotora de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico-Cultural, Alda Virgínia Moura, ouviu na manhã desta terça representantes da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) acerca da substituição das pedras portuguesas na cidade do Recife.

Na última segunda, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) requereu a paralisação imediata das obras de substituição do piso atual por blocos intertravados de concreto.

A recomendação levou em conta um parecer técnico elaborado pelas entidades presentes à reunião em conjunto ainda com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com a Professora Andréa Câmara, coordenadora do curso de Arquitetura da Unicap, as pedras portuguesas permitem plena acessibilidade, o que derruba a justificativa da Prefeitura para a substituição. “Qualquer calçada má conservada apresenta problemas de acessibilidade, seja ela de pedras portuguesas ou de blocos de concreto”, afirmou Andréa Câmara.

Ainda de acordo com a Professora da Unicap, as pedras portuguesas utilizadas originalmente no Recife são de base calcária e as faces de cima são lisas.

Contudo, ao substituí-las, a Prefeitura utiliza pedras de base granítica. “Essas são mais irregulares e também não formam mosaico, com faces pontiagudas que comprometem a acessibilidade”, explicou.

O MPPE deve ouvir a Prefeitura em audiência pública a ser marcada após o término do prazo de dez dias úteis dado pela Promotora Alda Virgínia, a contar da data de publicação da recomedação. “É preciso conciliar os interesses de acessibilidade e preservação do patrimônio histórico”, endossou a Promotora.