Parece que saiu do zero a zero as negociações com os médicos do Estado.

O final de semana foi de conversas e negociações extra-oficiais entre representantes dos médicos e do governo Eduardo Campos para aplacar o caos na Saúde.

Gente da OAB-PE e deputados estaduais, a exemplo do vice-líder do Governo, Silvio Costa Filho (PMN), tentam “amolecer” os médicos, que ensaiam chegar a um consenso com o Executivo e pôr fim ao movimento demissionário.

A categoria, porém, faz silêncio para ver se desta vez sai do impasse.

Conversei há pouco com o vice-presidente do Cremepe, André Longo.

Ele falou que há interlocutores dos dois lados tentando chegar a um consenso, mas que não há novidades. “Neste momento não estamos podendo dar informações, mas posso dizer que há intermediadores, que há diálogo.

Vamos levar o resultado dessas conversas para a assembléia de terça-feira (7), resumiu Longo, citando a próxima reunião da categoria, que será realizada no Teatro Valdemar de Oliveira, às 20h.

Sobre o projeto de lei que o governo do Estado enviou para a Assembléia Legislativa sexta-feira passada (3), que prevê contratação de médicos, o vice-presidente demonstrou a insatisfação da classe, mas não quis aprofundar o debate. “A gente entende que algumas medias tomadas pelo governo não ajudam a chegar um consenso”. *Tentei falar com o presidente do Simepe, Mário Lins, e com o deputado Silvio Costa Filho, mas não obtive retorno.

Reivindicações Na última assembléia, na semana passada, os médicos rejeitaram, por unanimidade, a proposta do governo, que ofereceu 7% de reajuste no salário e gratificação de plantão de R$ 1.150 (atualmente é R$ 600).

As medidas elevariam os ganhos totais dos salários dos médicos de R$ 2,5 mil para R$ 3 mil.

Mas os cerca de 345 médicos presente à assembléia votaram contra a proposta.

A categoria pleiteia a elevação do salário base de R$ 1.540 para R$ 2.161.

Os médicos também pedem que o governo passe a aplicar, ainda em 2007, 12% do orçamento em saúde como prevê a lei.

Otimismo Apesar de dar mostras de que não vai acrescentar uma vírgula na proposta que fez aos médicos, o governo do Estado está confiante com o fim do movimento demissionário da categoria.

O otimismo vem dos vários “emissários” do governador Eduardo Campos (PSB).

O Executivo entende que está fazendo o máximo que pode ao propor o que diz ser a segunda maior remuneração para médicos de emergência do Nordeste.

Também propaga que, com o reajuste e a gratificação, a iniciativa pública pagará melhor que a privada.

O ânimo do governo vem também dos acordos fechados com as demais categorias.

Nesta segunda-feira (6), por exemplo, espera fechar acordo com o Sindserpe, que representa mais de oito mil servidores civis do Estado. “As negociações (com o Sindserpe) estão bem adiantadas e deve ser o melhor acordo de todos”, informou o secretário de Imprensa do governo, Evaldo Costa.

Nova rodada de negociação ocorrerá amanhã.

Mutirão da Saúde O esquema montado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) para tentar garantir o atendimento aos usuários do SUS cresceu nesse final de semana.

A assessoria de imprensa da SES informa que duas equipes estão de prontidão para operar os pacientes vindos da rede estadual.

Hospitais particulares também já estão recebendo pacientes do SUS.

E continua o apoio das forças armadas e polícia militar, que estão reforçando o atendimento nas Grandes Emergências, além da parceria com os estados da Paraíba e Ceará.

Mesmo com toda a estrutura que foi montada, o secretário lda Saúde, Jorge Gomes lembra que a normalização dos serviços só acontecerá com a volta dos médicos ao trabalho. “Acreditamos que chegaremos a um consenso com a categoria, na assembléia marca para esta terça-feira (7).

Avançamos no limite de nossa capacidade financeira e, além disso, oferecemos propostas concretas para melhoria das condições de trabalho”, defendeu o secretário.

Ps.: Daqui a pouco, mais detalhes sobre o (fim) caos da Saúde.

O governador Eduardo Campos está, neste momento, reunido no Palácio das Princesas com secretários e técnicos.