Depois de uma relativa trégua, o governador Eduardo Campos voltou a bater na tecla da “herança maldita”.

O retorno dessa estratégia – utilizada nos primeiros meses da gestão eduardista – decorreu dos problemas com a demissão dos médicos das emergências e com a greve dos professores.

A pergunta que resta é: essa estratégia dá certo?

Se utilizarmos a pesquisa do Ipespe na terceira rodada do estudo “Barômetro Pernambuco”, realizada entre os dias 19 e 22 de julho, a retórica da “herança maldita” não abalou a aprovação do governo do agora senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Segundo o levantamento, 59% dos entrevistados disseram que a gestão jarbista (janeiro de 1999 a março de 2006) foi ótima ou boa.

Vale registrar que se não conseguiu comprometer a avaliação do antecessor, Eduardo ao menos passou bem no teste popular.

A mesma pesquisa registrou que 40% dos entrevistados no Recife consideraram o governo como “ótimo/ bom”, 31% como “regular”, 20% como “ruim/ péssimo” e 8% não opinaram ou não souberam responder.

Voltando à herança…

Se jogar a culpa dos problemas no Governo anterior não funcionou antes, dificilmente a estratégia dará resultado agora – quando a atual gestão entra no seu oitavo mês.

O que talvez o governador Eduardo Campos deseje de fato é chamar Jarbas e o ex-governador Mendonça Filho (DEM) para o ringue.

Ambos preferem permanecer na platéia, mesmo que aqui e ali “cutuquem” o sucessor.

O papel de questionar o governo está, até aqui, com a bancada de oposição na Assembléia Legislativa.

Informações de bastidores da antiga aliança PMDB/PFL/PSDB, nem Jarbas e nem Mendonça pretendem entrar no jogo do adversário.

Os dois mantêm a posição de só se pronunciarem na “hora certa”.

Em conversas internas, no entanto, ambos avaliam que o Governo Eduardo “envelheceu” rapidamente, pois não conseguiu apresentar soluções novas para os problemas antigos e desgastou sua relação com o funcionalismo e com parcela do PT.