Por Fernando Rodrigues Da Folha de São Paulo O presidente da empresa, Marco Bologna, apareceu logo depois do acidente praticamente descartando a pista de Congonhas como fator preponderante para o acidente.
Nesta semana, mudou de idéia.
Opinião cada um tem a sua.
Bologna vai além.
Tem várias.
Diante da CPI do Apagão Aéreo, o presidente da TAM teve de ler uma instrução da Anac (a agência do apagão aéreo) sobre a exigência do uso de equipamentos de frenagem em pistas molhadas.
Eis a leitura de Bologna: “A tripulação deve certificar-se de que o avião esteja com todos os sistemas operando, notadamente o antiskid e etc.”.
Como assim, “antiskid e etc.”?
Como notou ontem a repórter Andreza Matais, o texto original da resolução da Anac determina que o piloto deve usar “notadamente o reverso”.
Exatamente o dispositivo da turbina que inverte o fluxo de ar durante o pouso-inoperante do lado direito do avião acidentado.
Bologna embromou deputados dentro das dependências da Câmara.
Há duas relevâncias nesse episódio.
Primeiro, demonstra o empenho com que o presidente da maior companhia aérea do Brasil tenta eximir a TAM de qualquer responsabilidade no caso.
OK.
A esperteza está embutida no valor do salário do executivo.
O pepino, como diria o brigadeiro da Infraero, é a Câmara ter praticamente deixado por isso mesmo, sem grandes contestações.
Os deputados tinham outras prioridades.
Por exemplo, oferecer ao país a interpretação oral e dramatizada das últimas frases do piloto morto no acidente.
Se o presidente da TAM desrespeita o Congresso, não é problema.
Respeito é produto raro por ali.
Estão todos em casa.