Finalmente consegui falar com o prefeito de Verdejante, Francisco Alves Tavares de Sá (DEM), o que teve o mandato reestabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quinta-feira (2).

Ele me ligou, há pouco.

Disse que já estava de volta ao trabalho na prefeitura, neste sábado (4). “Tem muitos desmandos aqui.

Muita desordem”, contou.

Acompanhe, abaixo, a entrevista em que Francisco Tavares fala sobre o processo que corre no TSE, a sua popularidade e as acusações que pesam contra ele.

Tavares foi afastado da prefeitura de Verdejante pelo Tribunal Regional Eleitoral sob acusação de abuso de poder econômico, na campanha de 2004, e improbidade administrativa.

Ele foi substituído no dia 8 de junho por José Adailton Monteiro (PTB), segundo colocado nas eleições de 2004.

Leia aqui a entrevista de Adaílton ao Blog.

O senhor já reassumiu a prefeitura?

Assumi hoje (sábado, 4).

Os secretários estão sendo nomeados.

Tem muitos desmandos aqui.

Muita desordem.

Ele (Adaílton) suspendeu o concurso público que íamos fazer.

Estou retomando as coisas.

A prefeitura esta destroçada.

Esta semana vai ser de muito trabalho.

Mas é isso mesmo.

Vou colocar a prefeitura nos trilhos.

Tomei posse ontem (sexta) na Câmara dos Vereadores.

Você está falando comigo e eu estou já estou aqui na prefeitura trabalhando.

Como vai avaliar o que foi feito nos dois meses que José Adaílton esteve no cargo?

Isso aí está perdido.

Vou analisar as contas e avaliar tudo com cautela.

Botar o município para andar e entrar nos trilhos e dar atenção à população.

Como o senhor recebeu a notícia de ter de volta o mandato?

Nem somente eu mas apopulação toda recebeu com muita justiça, porque o procedimento que foi adotado com relação a minha pessoa foi muito duro.

Não era possível que um prefeito que ganhou a eleição ficasse aguardando uma decisao superior fora da prefeitura e o que não ganhou a eleição ficar dentro.

Então eu recebi a notícia com calma e ciente de que a justiça foi feita.

Então o senhor espera reverter o quadro, com o agravo de instrumento qu eo TSE ainda vai julgar?

Estou sim confiante.

Fui cassado por improbidade administrativa e isso não cabe cassação.

Fui eleito para governasr 48 meses, que são os quatro anos.

O TRE tomou a decisão de me cassar, então a gente entrou com agravo no TSE para retomar meu mandato.

Agora me resta aguardar a decisão da justiça que espero ser positiva.

Quais suas chances de vencer o processo judicial?

Esse processo se baseia em denúncias de bem antes do período eleitoral.

São coisas de 2003.

E o rapaz (Adaílton) juntou a papelada toda para confundir os juizes.

Tem um contrato com a Caixa Econômica Federal para construir 60 casas e contratação de servidores por uma OCIP e o juiz entendeu que isso levou a minha vitoria em 2004.

E não levou?

Não.

Claro que nao.

Ahh…

Se fosse só isso!

Senão o resultado de 2006 tinha me favorecido.

Perdemos para o presidente Lula aqui em Verdejante.

Se eu tivesse comprado voto na eleição de 2004 eu teria ajudado a eleger os meus candidatos (Mendonça Filho (DEM) ao governo, e Geraldo Alckmin (PSDB), à presidência) em 2006 também.

Como está o clima na cidade com o seu retorno à prefeitura? É o melhor possível.

O povo esta alegre e satisfeito.

Veja uma coisa: eu ganhei com 86% da votação e ele (Adaílton) ficou com 14%.

Então o povo não entendia como é que ele de repente estava ali no meu lugar.

O que é impressionante é que enquanto ele esteve aqui (na prefeitura) nesses mais de 50 dias, ele não conseguiu aumentar a popularidade dele.

Ele não teve essa condição de aumentar o poder político dele na cidade. ele poderia ter angariado mais correligionários nesse tempo que ficou no meu lugar.

E isso não aconteceu.

Então isso é uma prova de que a pessoa comprar ou não voto não traz popularidade.

E o senhor é popular em Verdejante?

Veja, minha filha, eu não quero puxar a lenha para minha sardinha.

Eu quero dizer que minha popularidade é a mesma (depois do episódio da cassação).

Como o senhor mede sua popularidade?

Nas ruas e nas urnas.

A populaçao de Verdejante é de cerca de 10 mil pessoas.

Eu fui eleito em 1992, para prefeito, por uma diferença de 200 votos contra um prefeito forte (Luís Monteiro, tio de Adaílton).

Em 1996, eu elegi meu candidato, Idelfonso Torres, que hoje é meu adversário e aliado de Adaílton, com 800 votos de frente.

Em 2000, ele (Idelfonso) rompeu comigo e colocou um candidato, mas ganhamos deles com uma diferença de dois mil votos.

E olhe que eu era ex-prefeito.

O derrotado foi Sebastião Torres.

E em 2004 eu fui eleito com três mil votos de frente.

Isso é trabalho.

Não se conquista voto da maneira que eles imaginam não.

Quero frisar que não tenho vaidade de ser prefeito.

Eu e o meu grupo queremos desenvolver Verdejante, que é um municipio carente.

E quero ajudar os mais pobres a se desenvolver.