Do Jornal do Commercio Em uma assembléia bastante tumultuada, os policiais civis decidiram, ontem à noite (quarta, 1), aceitar a proposta de reajuste feita pelo governo do Estado.
A partir de 1º de outubro, a categoria terá um aumento não retroativo que varia entre 3,18% e 23,28%.
Essa variação acontecerá de acordo com o tempo de serviço de cada servidor.
Também haverá reajuste no valor do vale-refeição, que passará de R$ 110 para R$ 132.
O salário-base inicial de um agente pula de R$ 634 para R$ 780.
Além desses itens, o governo se comprometeu a implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) em janeiro de 2008.
Hoje, será a vez de delegados e médicos-legistas negociarem com o governo. “Acho que fizemos um bom negócio.
A proposta anterior do governo era um reajuste de 3,18%, mais 70% de gratificação para apenas 70% da categoria.
Conseguimos reposicionar essa proposta e fazer com que todos os policiais civis de nível médio, ativos ou inativos, sejam beneficiados”, afirmou Cláudio Marinho, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol).
Com a aceitação da proposta, 5.574 policiais civis serão contemplados. “O valor de reajuste para cada servidor vai variar de acordo com o tempo de serviço que eles possuem”, confirmou Marinho.
Mas a proposta final ficou longe de ser uma unanimidade entre os cerca de 200 policiais que estiveram presentes na reunião.
Durante toda assembléia, houve divergências e os ânimos ficaram exaltados.
Em diversos momentos, Marinho teve dificuldades para expor as propostas à categoria. “Não devemos ceder.
Estamos aceitando a primeira proposta do governo.
Poderíamos fazer uma melhor.
Temos como exemplo os professores e os profissionais da saúde, que estão lutando pelos direitos até as últimas conseqüências”, disse um dos policiais.
Também houve confusão porque a pauta de reivindicações feita pelos policiais civis englobava associados do Sinpol, da Associação de Comissários de Polícia (Acomp), União dos Escrivães (Uneppe), Associação dos Peritos Criminais (Apoc), Associação dos Aposentados de Polícia e Associação dos Delegados de Polícia (Adeppe).
Alguns desses trabalhadores, como peritos, médicos-legistas e delegados, possuem nível superior.
O governo só enviou a proposta para os de nível médio, que constituem a maioria do quadro da polícia civil. “Não quero acreditar em má-fe.
Mas nossa proposta foi conjunta com os profissionais do nível médio.
Acho que os de nível médio não deviam aceitar a proposta para não enfraquecer o movimento”, disse o delegado Antônio Cândido, vice-presidente da Adeppe.
Dentre algumas exigências dos profissionais, está a equiparação salarial com o policial federal, que ganha, inicialmente, R$ 4.200. “Isso é viável, haja vista que o chefe da polícia do Estado (Romero Meneses) é um policial federal”, finalizou Cândido.