Da editoria de Política do Jornal do Commercio O retorno dos deputados estaduais à Assembléia Legislativa, ontem, acendeu uma oposição ao governador Eduardo Campos (PSB), que até agora parecia estar em trégua com o governo.
E foi justamente o PSDB do senador Sérgio Guerra – que afirmou não ter a pretensão de radicalizar com a gestão Eduardo – quem comandou os mais duros discursos frente ao grave momento que o governo vem enfrentando na negociação com o funcionalismo público.
Só deu mesmo tempo de o secretário-chefe de Gabinete Civil, Ricardo Leitão, terminar de ler a mensagem do governador, de envio do Plano Plurianual (PPA), e deixar a Assembléia para o plenário virar um ringue.
A bancada governista mostrou reação imediata à oposição.
Já estava com o retruque na ponta da língua depois da longa “sabatina” em que se submeteu com o próprio governador, numa reunião que ocorreu horas antes da sessão no Palácio.
Houve achincalhes que beiraram ao desrespeito.
O líder da oposição, Pedro Eurico (PSDB), encabeçou a linha de ataques do grupo.
Reagiu às constantes acusações do vice-governador João Lyra Neto (PDT), de que a greve era eleitoreira, acusando o vice de agir “como um bobo da corte”. “Ele quer mostrar serviço e ser mais realista do que o rei”, por adotar, segundo ele, um tom contra a greve que não se afina com o do governador. “Esse governo concedeu um aumento diferenciado aos delegados especiais e aos auditores da fazenda.
E estou sabendo que os procuradores do Estado já começaram um movimento para equiparar seus vencimentos aos do Judiciário.
Por que os médicos têm um salário de pouco mais de mil reais?
O governador mentiu para o funcionalismo, quando acenou com soluções milagrosas na campanha, ou estava mal informado?”, provocou Pedro Eurico.
Isso, depois do relato de algumas das promessas assumidas pelo governo nesses sete meses – várias delas na área de segurança que estão incluídas no Pacto Pela Vida – e que ainda não foram concretizadas, segundo ele.
Os governistas reagiram.
O vice-líder Sílvio Costa Filho (PMN) pediu que retirasse da ata da sessão o termo, segundo ele ofensivo ao vice-governador, o de bobo da corte, proferido por Eurico.
O tucano reagiu, reivindicando o direito de expressar sua opinião.
Mas foi vencido pelo curto e grosso aviso do presidente em exercício Izaías Régis (PTB): “Sou o presidente e posso tirar”, e tirou.
Mas quem respondeu ponto por ponto das acusações oposicionistas foi o líder do governo, Isaltino Nascimento (PT).
O petista fez uma breve retrospectiva das inúmeras tentativas do governo de negociação com os professores e médicos.
Explicou que, apesar da decisão de não conceder o reivindicado pelas categorias, por se encontrar no limite financeiro, o governo estaria disposto a manter o diálogo.
E, por fim, para se contrapor às cobranças da oposição, listou as realizações do governo. “Esse governo reduziu o ICMS da energia elétrica, relançou o Chapéu de Palha, iniciou o hospital metropolitano Norte, o consórcio de transportes metropolitano.
São ações que mostram um novo paradigma de governo”.