Da editoria de Política do Jornal do Commercio Depois de cinco meses licenciado, o deputado estadual João Negromonte (PMDB) voltou às atividades no primeiro dia de trabalho da Assembléia Legislativa, após o recesso.

Nesse período, Negromonte passou 22 dias nos Estados Unidos, onde foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor, descoberto no início do ano.

Uma trombose resultante da cirurgia complicou ainda mais o quadro de saúde do parlamentar.

Nos últimos quatro meses, Negromonte esteve em São Paulo, realizando sessões de quimioterapia.

Durante o processo, chegou a emagrecer 25 quilos.

Agora, afirmando estar curado, apesar de continuar o tratamento, o deputado promete ser um fiscalizador do governo Eduardo Campos. “Vou fazer oposição.

Foi pra isso que fui eleito.

Fazer oposição com racionalidade e responsabilidade.

Quem dita o ritmo da oposição é o próprio governo”, adiantou.

Na retomada das atividade, Negromonte que é titular das comissões de Constituição e Justiça e de Saúde, pretende retomar um projeto de sua autoria que determina o voto em aberto para todas as votações da Casa. “Isso é um anseio da própria sociedade. É uma forma que o deputado tem de prestar contas ao eleitor.

Uma coisa é você dizer.

Outra é você agir, com o voto aberto”, argumentou.

Sobre a prisão do seu ex-assessor, José Marcionilo da Silva, acusado de liderar o grupo de extermínio conhecido como Thundercats, Negromonte se disse injustiçado.

Na ocasião, declarações do governador Eduardo Campos insinuavam a ligação do deputado com o ex-funcionário, com quem Negromonte trabalhou por sete anos. “Fui citado injustamente.

Mas isso faz parte do jogo democrático.

Não guardo rancor.

Supero isso com minha própria história, minha participação na política”, ponderou Apesar do tom ameno na voz, o parlamentar não poupa críticas ao atual governo. “Tem muita fantasia, muita coisa que só existe no papel e muita cópia do que foi o governo de Jarbas (Vasconcelos), de uma forma maquiada.

Se copia muito e justifica a falta de ação do governo atacando o governo anterior.

Mas o governo (Jarbas) foi aprovado pela sociedade.

Hoje, ele chega no Senado e é respeitado por todas as pessoas”, disse Negromonte, que é cunhado de Jarbas.

Para o deputado, as greves dos professores e do Detran, assim como, o movimento demissionário dos médicos e a ameaça de paralisação dos policiais civis refletem o descontentamento da população. “Dizem que (as greves) são frutos do governo Jarbas, mas elas nunca existiram no nosso governo, nesse nível.

O que é isso? É uma frustração.

As pessoas começaram a ver que tudo o que o governador tinha prometido não vai fazer”, disparou.