Da editoria de Política do Jornal do Commercio O vice-governador, João Lyra Neto (PDT), voltou, ontem (quarta, 1), a criticar o movimento grevista dos servidores estaduais e acusar a interferência política da oposição.

Em entrevistas concedidas à Rádio Jornal e à CBN, Lyra apontou “precipitação, intransigência e infiltração política” no movimento.

Afirmando que o governo já chegou ao limite de comprometimento financeiro nas negociações, ele pediu bom senso e compreensão “aos servidores, dirigentes sindicais e aos políticos que querem ver o circo pegar fogo”.

Apesar de o próprio governador ter se pronunciado, ontem, sobre o funcionalismo, Lyra continua sendo porta-voz do Palácio, assumindo a linha de frente do embate político com os servidores. “Não há dúvida de que há interferência política e partidária.

Não sou eu que estou dizendo.

Está na imprensa.

Foi divulgado que, ontem (anteontem), tinha ônibus de prefeituras pertencentes a partidos de oposição, que estavam trazendo os professores para as assembléias.

Negar o componente político não é verdade”, disse.

João Lyra Neto avaliou que alguns políticos estão tentando lucrar com o impasse entre governo e servidores. “Quando eu dei uma entrevista, logo veio também deputado federal, deputado estadual da oposição.

Se não é motivação política, o que é isso?

Mas o povo é sábio.

Sabe que a oposição se aproveita por oportunismo”, apontou.

O vice-governador chegou a atacar duramente os grevistas e demissinários. “Os médicos sabem que têm um compromisso ético com a profissão e não podem abandonar os serviços.

Quem vai atender as pessoas?

A que nível nós chegamos?

O próprio presidente do Sintepe chegou a dizer que continuar com a greve é um contra-senso”, criticou.

Ele questionou o fato de os servidores estarem se colocando contra decisões judiciais. “Hoje tem até médico dizendo que pouco importa a Justiça.” Para o vice, nunca houve um movimento reivindicatório tão forte nos primeiros meses de um governo. “É preciso entender que o governo não desconhece as dificuldades salariais e as condições de trabalho, mas uma questão que vem de oito, dez anos atrás, não se resolve em seis meses”, defendeu.

E rebateu as críticas de alguns servidores, que cobraram transparência da gestão na negociação com as entidades. “Não admito que falem em omissão de números.

Nunca houve um governo tão claro e transparente.

Não há omissão, sonegação ou má-vontade.

O que tem é o limite financeiro do Estado, que não pode atender a todas as reivindicações de todas as categorias”, falou.

De acordo com Lyra, o governo é “democrático, mas firme” e já está tomando as medidas para normalizar a situação da saúde e da educação.