Da editoria de Política do Jornal do Commercio O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o ex-governador Mendonça Filho (DEM) mantiveram ontem a posição de ainda não avaliar a gestão Eduardo Campos (PSB).
Em resposta ao discurso do governador, responsabilizando a “herança maldita” deixada pelos governos anteriores pelos problemas que enfrenta nas áreas de educação e saúde, Jarbas disse, por meio de sua assessoria, que entregou o governo em situação administrativa privilegiada.
E repetiu que só falará sobre a atual gestão “no momento certo”.
Já Mendonça Filho se limitou a afirmar, também por meio da assessoria, que cabe aos deputados do Democratas e da oposição na Assembléia Legislativa o debate político sobre a suposta herança maldita.
Há uma semana, no almoço em homenagem ao senador Sérgio Guerra (PSDB), o ex-governador deixou um pouco de lado a estratégia de evitar críticas ao governador, afirmando que “o mundo das campanhas eleitorais é diferente da realidade das pessoas”, ao analisar as dificuldades da atual gestão com os grevistas.
Seguindo a orientação de que o debate sobre a herança administrativa cabe aos parlamentares, o deputado Augusto Coutinho, líder do Democratas na Assembléia, partiu para a ofensiva ontem mesmo.
Ele responsabilizou o governador Eduardo Campos pelas greves na Educação e no Detran e pela crise na Saúde por ter feito promessas “exageradas” na campanha. “Será que Eduardo mentiu para o funcionalismo público ao dizer que tinha soluções milagrosas para todas as categorias, ou ele não sabia o real impacto que haveria na folha de pagamento?
A verdade é que há 180 dias o caos foi instituído no Estado”, disse, na sessão que marcou a volta ao trabalho dos deputados após o recesso parlamentar.
Coutinho também ironizou uma das propostas de governo do então candidato Eduardo Campos na campanha de 2006: a mesa permanente de negociação com os servidores. “Acho que a mesa ruiu, evaporou”, alfinetou.
Coutinho acusou o governo de não pagar fornecedores.
Segundo ele, isso pode paralisar várias obras essenciais, entre elas estariam as de recuperação de parte das 72 escolas estaduais interditadas no início do ano. “As salas de aula não estão prontas por pura incompetência do governo”, garante.
O deputado afirmou “não entender” os alegados atrasos nos pagamentos, já que a gestão anterior deixara R$ 168 milhões de superávit.
Segundo ele, os fornecedores teriam recebido do governo como justificativa às impontualidades que “ainda estão se ajustando”.