O governo do Estado fazia muita fé na mesa permanente de negociação para conter a presões dos servidores por melhorias salariais e de condições de trabalho.

Nem o mais pessimista integrante do governo poderia supor que, com pouco mais de 6 meses, Eduardo já estivesse às voltas com a crise que se apresenta no setor público do Estado.

Confira agora um balanço dos movimentos, com informações da reportagem do Jornal do Commercio.

PROFESSORES Contrariando a expectativa do sindicato e do governo, os professores rejeitaram a terceira proposta apresentada pelo Estado.

A greve completa 52 dias nesta quarta (1), afetando cerca de 1 milhão de alunos.

No principal item da pauta, o governo ofereceu reajuste linear de 5% sobre o salário-base.

Os professores querem 16%.

O movimento perde força.

A adesão gira em torno de 60% na capital e 28% no interior, segundo o Sintepe.

A próxima assembléia está marcada para a próxima sexta (3), às 9h, também na quadra do IEP, em Santo Amaro.

Será seguida por uma passeata até o Palácio das Princesas.

O governo diz que não há mais o que negociar com os grevistas.

O movimento deverá ser enfrentado agora apenas na justiça.

O Sintepe já foi notificado pelo judiciário para o retorno imediato às aulas sob pena de ter de pagar multa diária no valor de R$ 10 mil.

MÉDICOS Os médicos rejeitaram na noite de ontem (terça, 31), em assembléia no Teatro Valdemar de Oliveira, as propostas salariais do governo.

O Estado ofereceu 7% de reajuste no salário-base e aumento na gratificação de plantão de R$ 600 para R$ 1.150.

Pelo menos mais 250 profissionais, de várias especialidades, estão decididos a entregar os cargos nesta quarta (1).

Entre eles, cirurgiões-gerais e clínicos-gerais dos Hospitais da Restauração (HR) e Getúlio Vargas (HGV), onde pacientes já sofrem com falta de tarumato-ortopedistas há quase duas semanas.

Até agora, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmava a exoneração de 59 plantonistas.

Também no caso dos médicos há uma liminar da justiça em favor do governo determinando a volta ao trabalho de 28 traumato-ortopedistas até que suas exonerações sejam publicadas no Diário Oficial.

A multa diária para cada um deles é de R$ 1.000,00.

A Secção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) anunciou que apóia o movimento.

Diante da recusa dos médicos, governo avalia medidas.

Ortopedistas paraibanos estariam sendo convocados a trabalhar temporariamente nas emergências do HR e HGV.

O governo decretou na última serxta “Situação de Emergência” na saúde.

Com isso, pode contrartar profissionais e serviços em caréter temporário.

RESIDENTES DO HC Os 17 médicos residentes do setor de cirurgia do Hospital das Clínicas (HC), na Cidade Universitária, Zona Oeste, paralisam suas atividades nesta quarta, por 24 horas, em protesto contra a falta de condições de atendimento à população.

Falta de anestesistas e equipamentos quebrados são os principais problemas apontados.

Se não houver acordo com a Secretaria de Saúde, poderão parar por tempo indeterminado a partir da próxima quarta (8).

POLÍCIA CIVIL Os policiais civis podem decretar greve por tempo indeterminado, a partir de hoje.

Em assembléia a ser realizada, às 19h, no Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), a categoria decidirá se aceita a proposta da Secretaria Estadual de Administração, a ser entregue ainda hoje.

Caso a greve ocorra, 30% do efetivo, conforme prevê a legislação, serão mantidos em atividade, e serão executados apenas serviços de liberação de corpos do IML e realização de flagrantes.

Entre outras reivindicações, o Sinpol quer reposição das perdas dos últimos quatro anos, que chegam a 46%, e contratação de pessoal.

O governo propôs, no último dia 21, 3,18% de reajuste para todos os servidores, garantias de promoção para 70% da categoria e a abertura de concurso público.

Segundo o Sinpol, a Polícia Civil tem 5 mil profissionais, quando o ideal seriam 12 mil.

DETRAN Não houve qualquer sinalização do governo em negociar com os servidores do Detran, que iniciaram movimento grevista na última segunda (30).

Segundo a associação de servidores do órgão, houve 100% de adesão à paralisação na sede, nos shoppings e nas Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans).

Já o Detran informou que a sede funcionou para entrega de documentos e informações.

E que 39 das 40 ciretrans subordinadas, no interior, abriram normalmente, enquanto 14 das 22 ciretrans especiais mantiveram o atendimento.

Não estão sendo feitos exames para a retirada da carteira de habilitação.

No entanto, quem precisar emitir as guias que compõem o licenciamento (multas, IPVA, seguro obrigatório) pode imprimi-las pelo site www.detran.pe.gov.br e fazer o pagamento nos bancos credenciados.

Atrasos não serão justificados com a greve.

A maior reivindicação da categoria é a implantação da segunda etapa do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos, além de um reajuste de 18,57%.

O Detran tem 1.216 servidores em todo o Estado.

Na sede, 480.