Da editoria de Política do Jornal do Commercio Em meio à emoção de anistiados e seus familiares, o governador Eduardo Campos (PSB) assinou ontem decreto que regulamenta o pagamento das indenizações de 29 ex-perseguidos políticos.

Esse grupo ainda não tinha recebido a autorização do Estado para as reparações, apesar dos processos já terem sido aprovados desde 2003, quando a comissão especial, criada pelo governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) para apreciar os pedidos, encerrou o seu trabalho.

As indenizações serão pagas aos anistiados que foram presos ou sofreram algum tipo de tortura durante o regime militar.

O governador assegurou que até o fim do ano vai liberar os recursos previstos no orçamento, avaliados em R$ 2,2 milhões.

Dos 277 anistiados que ainda aguardam o pagamento, 88 devem ser beneficiados nessa primeira etapa.

A prioridade será dada aos ex-presos políticos mais idosos e aos que estão enfrentando problemas de saúde. “Esse ato é o reconhecimento de um erro histórico com pessoas que foram heróis anônimos.

Eu e (o prefeito) João Paulo sabemos que nossa caminhada não começou hoje, mas no passado, com essa pessoas que souberam enfrentar o autoritarismo”, discursou.

Eduardo Campos fez questão de citar os nomes do avô, o ex-governador Miguel Arraes, falecido há dois anos, e o do ex-prefeito do Recife Pelópidas Silveira, lembrados como políticos que também lutaram contra o golpe militar de 64.

Prometeu que até o fim do mandato pagará todas as indenizações.

O presidente da Associação dos ex-presos políticos de Pernambuco (Apap), Antonio Campos, afirmou que o principal trabalho da entidade não é lutar pelas reparações, mas pelo “resgate da memória” dos anistiados.

De agosto de 2000, quando o Estado decidiu pagar as indenizações, a julho de 2003, quando o trabalho da comissão especial foi concluído, 444 processos foram aprovados.

Desse montante, 167 foram ressarcidos.