Olha aí uma coisa que une o governador Eduardo Campos (PSB) e o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Ambos não só aprovaram o nome de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa como se desmancharam em elogios ao jurista.

Desta vez foi Eduardo que, em entrevista à Folha Online, nesta segunda-feira (30), falou do “equilíbrio” e “desenvoltura” do colega Jobim.

O governador está em São Paulo, onde participou de almoço-debate na Lide (Grupo de Líderes Empresariais) sobre Eficiência e Ética na Gestão Política, e gravou para o Programa de João Doria Júnior.

Veja a entrevista de Eduardo à Folha Online: O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse nesta segunda-feira que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não fará milagre para resolver a crise aérea sozinho.

Na avaliação do socialista, o ministro terá a missão de integrar o governo e a base aliada para “ajudá-lo” a cumprir “essa missão dura”, pois “ninguém isoladamente resolve uma situação como essa”. “O ministro [Jobim] tem muita capacidade política. É um jurista e um homem equilibrado.

Esteve no parlamento com grande desenvoltura.

Foi presidente do Supremo Tribunal Federal e tem capacidade política para coordenador uma comunhão de esforços.

Não vamos imaginar que o ministro sozinho possa fazer milagre.

O que ele pode fazer é nos congregar a todos e todos nós devemos ajudá-lo a cumprir essa missão dura”, afirmou o governador após participar de almoço-debate do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), no hotel Renaissance, em São Paulo.

Jobim assumiu a Defesa na quarta-feira passada em substituição a Waldir Pires.

Na transmissão do cargo, na quinta-feira, o ministro fez um discurso duro e afirmou que o momento é de ação no enfrentamento da crise aérea e não de ficar se lamentando ou remoendo o que deixou de ser feito. “Aja ou saia.

Faça ou vá embora”, afirmou na ocasião.

Para amenizar a crise, Campos defendeu investimentos públicos e unidade de todos os níveis de governo: União, Estados e municípios.

Questionado se a privatização dos aeroportos seria uma solução, o governador disse que o modelo pode ser uma saída, mas não a única. “Não tenho nenhum preconceito em fazer PPP [Parceria Público-Privada], mas isso não é a solução.

Tem que ter investimento público e qualificação de mão-de-obra.

Se a privatização resolvesse, nós não teríamos o apagão na energia após fazer todo um processo de privatização.

Nós não vamos repetir esses erros com a questão dos vôos”, disse.

Para o governador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não demorou para trocar o ministro da Defesa para tentar resolver a crise aérea, pois o setor é formado e comandado por vários órgãos, além da iniciativa privada. “Ou seja, é uma autoridade difusa em relação à regulação da atividade”, afirmou Campos, que evitou apontar os responsáveis pelo caos aéreo. “A nação não vai perdoar quem quiser, a essa altura do campeonato fazer, disputa pequena ou palanque eleitoral em cima das vidas que perdemos [no acidente do vôo 3054 da TAM].

Acho que tudo o que o país não precisa é fazer de um episódio lamentável como esse palco de uma disputa político-eleitoreira”, comentou.