Cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativas informais da PM, participaram de protesto contra o caos aéreo, neste domingo (29), em São Paulo.
Os manifestantes, muitos deles familiares e amigos das vítimas do acidente da TAM, seguiram em passeata do Monumento às Bandeiras até o local do desastre, ocorrido no último dia 17.
No ponto de chegada, rezaram o Pai Nosso, fizeram dois minutos de silêncio, aplaudiram e cantaram o Hino Nacional.
Algumas pessoas gritaram palavras de ordem como “assassinos” e “fora Lula”.
Nas proximidades do prédio em escombros da TAM Express, o chão ficou repleto de flores atiradas pela multidão.
Vestidos de preto, com flores e fotos de familiares mortos nas mãos, os manifestantes enfrentaram frio intenso e garoa fina.
Cartazes pretos com letras brancas carregaram as mensagens \ espeito às famílias, \solidariedade às famílias, \basta\ e \cansei.
Houve também protestos expressos contra o governo federal. “Presidente Lula: O dia e a hora chegaram.
Honra tua faixa presidencial sobre o túmulo do meu marido Andrei.
Lili.” Os manifestantes realizaram uma homenagem aos 15 soldados do Corpo de Bombeiros que participaram das buscas por corpos do acidente da TAM.
Depois de aplausos, os bombeiros receberam flores brancas.
Emocionados, manifestantes abraçaram os soldados.
SEU JORGE O cantor e compositor Seu Jorge leu um texto no caminhão de som acompanhando o tom da manifestação.
Ao final, cantou a música \Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, um hino da oposição à ditadura militar.
Além de mencionar as vítimas do acidente com o avião da Gol em setembro do ano passado e da TAM no dia 17 de julho, ele também citou as pessoas mortas por causa da violência urbana e rural, falta de educação, saúde e saneamento, além daqueles que perdem horas todos os dias em ônibus lotados. “A tragédia cotidiana não dá ibope e não gera comoção”, afirmou.
Em outro momento Seu Jorge criticou os governantes do País. “Já chega de sermos desrespeitados por aqueles eleitos por nós.” A manifestação foi promovida pela Associação Brasileira de Parentes de Vítimas de Acidentes Aéreos (ABRAPAVAA), com a participação das entidades Cidadão Responsável, Informado e Atuante (CRIA Brasil), Campanha Rir para não Chorar, Casa do Zezinho, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Brasil Verdade, Instituto Rukha e Movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade. (Com base em texto do G1)