O presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Carlos Vital, admitiu neste domingo (29) que a estratégia da secretaria estadual de Saúde (SES) para contornar o movimento dos médicos demissionários impediu que a situação nas emergências se agravasse de maneira incontrolável.
Para minimizar a ausência dos médicos que pediram demissão, principalmente os traumato-ortopedistas, a SES ampliou a capacidade de assistência com a oferta de serviços em hospitais conveniados ao SUS e unidades municipais.
O setor de traumatologia do Hospital da Restauração (HR) também recebeu reforço de um médico do Exército, neste domingo. “Tudo isso fez com que diminuisse a demanda nos grande hospitais”, reconheceu o presidente do Cremepe. “O movimento aqui está intenso, um pouco mais que o normal”, relatou o ortopedista Eduardo Queiroz, médico demissionário do Hospital Otávio de Freitas (HOF).
Na Policlínica Amaury Coutinho, o número de pacientes também estava dentro da normalidade. “O fluxo está normal, houve apenas um pequeno aumento”, comentou a gerente do Distrito Sanitário II do Recife, Silvana Bosford.
CAOS Isso não quer dizer que tudo tenha corrido às mil maravilhas no fim de semana.
Os corredores das emergências do Estado permaneceram lotados.
E os pacientes que necessitaram de uma avaliação neurológica penaram para conseguir atendimento.
Porém, nada que destoasse do habitual caos da rede pública de saúde.
Por isso, no primeiro round da briga entre entidades médicas (Cremepe, Simepe, Ampe) e governo, este último se saiu melhor.
Escudado pela decretação de “Situação de Emergência” na saúde, o governo ainda tem o trunfo de poder contratar médicos e serviços em caráter temporário para substituir os demissionários.
Segundo o Cremepe, 102 médicos já entregaram pedidos de demissão à SES.
Outras 160 cartas de exoneração foram encaminhadas ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).
Por sua vez, a secretaria de saúde informa que, oficialmente, recebeu 59 pedidos de demissão. (Com a equipe de Cidades do JC)