A revista Veja que está chegando às bancas neste sábado (28) destaca em sua reportagem de capa as investigações sobre o acidente do vôo 3054, da TAM, ocorrido no último dia 17 de julho, quando morreram 199 pessoas.
De acordo com a matéria, são três as conclusões principais, baseadas nos dados obtidos pelas caixas-pretas: houve falha do comandante Kleyber Lima na operação de pouso do Airbus, não aconteceu aquaplanagem e a falta de uma área de escape contribuiu decisivamente para a tragédia.
Segundo a revista, uma das duas alavancas (manetes) que regulam o funcionamento das turbinas estava fora de posição quando o avião aterrissou. “O erro fez com que as turbinas do Airbus funcionassem em sentidos opostos: enquanto a esquerda ajudava o avião a frear, como era desejado, a direita o fazia acelerar”, diz um trecho da reportagem.
Erros semelhantes ao do comandante da Tam foram observados ao menos em outros dois acidentes com aeronaves do mesmo modelo (Airbus A320): em março de 98, nas Filipinas, e em 2004, no aeroporto de Taipei, em Taiwan.
O que chama atenção nos dois acidentes é que, no primeiro, houve apenas três mortes, todas no solo, por atropelamento.
No segundo, não se registraram sequer feridos graves.
O tamanho da pista e a área de escape foram fundamentais, nestes casos, para evitar acidentes com maior gravidade.
Ao contrário do que aconteceu em Congonhas. “A pista do aeroporto paulistano não deixa margem para nenhum tipo de erro. É o cenário ideal para tragédias”, diz a Veja.
As investigações sobre Congonhas, que só devem ser concluídas em dez meses, revelaram também que “apesar da chuva, não houve aquaplanagem nem falha no sistema de freios dos pneus”.
Isso ficou evidenciado com a análise da pista, do que restou dos pneus do avião e das caixas-pretas.