Por Fernando Castilho Da coluna JC Negócios Diferente do que, certamente, imaginaram alguns secretários, a implantação de uma mesa permanente de negociação com os servidores, não representa um conselho onde dedicados dirigentes sindicais com argumentos técnicos, contrapõem-se às planilhas do governo.

Não, para os servidores, o fórum é, na prática, um ambiente onde, juntos, eles poderão avaliar os limites da capacidade de resistência do Estado à força de pressão do movimento por uma melhor remuneração.

E os servidores decidiram testar logo o discurso do governo Eduardo Campos.

Infelizmente, a equipe escalada pelo chefe do Executivo não se saiu bem no primeiro teste.

O discurso de proposta após o ajuste com o governo federal foi entendido como uma ação política para ganhar tempo e causou frustração.

A coisa ficou mais difícil depois que viram que a nova equipe vai para o confronto, à Justiça e pode chegar (como no caso dos médicos) a tentar enfraquecer o movimento na operação. É bem verdade que a estratégia de ir a Justiça é inócua.

Greve no setor publico constitucionalmente já nasce ilegal, portanto, não será uma decisão a mais do Poder Judiciário que fará servidor voltar ao trabalho.

Mas desgasta a relação.

Também é preciso observar que dirigente sindical no setor público é profissional.

Parte dos que estão na mesa permanente têm 15 anos de militância, entre eles oito do governo Jarbas/Mendonça, um período em que eles não poderam comemorar avanços.

E jogaram essa experiência em cima do governo que chegou no fórum crente num entendimento.

Bom, para quem acha que o embate com médicos e professores está dramático, convém pensar nele apenas como um teste.