Da Folha de S.

Paulo O governo federal fechou a folha de pagamento do Incra com o corte de salário de 2.361 servidores grevistas.

O desconto será de R$ 4,9 milhões.

A paralisação, a quarta sob o governo Lula, já dura 67 dias.

No mês passado, 621 servidores, dos 6.200 na ativa, tiveram o ponto cortado pelo governo.

Ontem (27), o desconto foi autorizado pelo STJ.

Com isso, na próxima semana o Incra vai tentar derrubar liminares em seis Estados, onde a Justiça suspendeu o corte para grevistas.

Das 30 superintendências regionais, servidores de BA, PR, SC, RS, AM e PI não são atingidos pelo desconto, devido às liminares.

Por outro lado, segundo o Incra, o corte atingiu todos os servidores de Mato Grosso, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio.

Cada superintendente deve passar a lista dos grevistas à direção nacional.

O comando de greve pede o aumento dos salários, a criação de um plano de carreira e o reaparelhamento da autarquia.

Os grevistas têm até segunda para responder a um termo de compromisso elaborado pelo governo.

No documento, em avaliação desde ontem nos Estados, o governo exige o retorno ao trabalho para iniciar qualquer tipo de negociação.

Com a resposta dos comandos estaduais de greve, a Cnasi (associação nacional dos servidores do Incra) fará assembléia na segunda e levará o resultado ao comando do órgão e dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Planejamento. “Há uma aparente divisão entre os que querem assinar o documento e voltar ao trabalho e aqueles que preferem não assinar e manter a greve”, disse José Vaz Parente, da direção da Cnasi.