Desde a tarde desta sexta (27), seis caminhões-baús estão circulando pelas ruas do Recife como verdadeiros outdoors ambulantes com mensagens do Sindicato dos Médicos (Simepe) contra o governo do Estado.
Os caminhões reproduzem a frase e a imagem de um panfleto que circulou entre os médicos e irritou o governo porque adotava uma linguagem de confronto, a partir de uma brincadeira com a marca de campanha de Eduardo em 2006.
O sindicato acrescentou duas asinhas ao característico círculo vermelho com a letra “É”.
E completou com as frases: “A esperança foi embora.
Se não houver dignidade salarial, nós também vamos”.
Pode até ser engraçado.
Mas partir para esta iniciativa justamente no dia em que se deu o primeiro passo para a reabertura do diálogo entre governo e médicos é uma precipitação.
Uma maneira de fechar a porta novamente.
A pergunta é: o que os médicos vão ganhar com isso?
A simpatia da população para sua causa?
Acho difícil.
Quem tem um mínimo de bom senso está torcenmdo para que a categoria e o governo entrem em acordo.
Ninguém duvida das péssimas condições de trabalho nas emergências.
Ninguém duvida que os médicos merecem ganhar muito mais.
Ninguém pode ser obrigado a trabalhar onde não deseja.
Mas demissão em bloco é uma forma de pressão temerária.
Porque o principal prejudicado não é o governo. É a população.