Por Fernando Castilho Da coluna JC Negócios Afinal, quais os motivos que, efetivamente, levaram 29 mil professores da rede pública do Estado a embarcar numa greve (quatro meses após o novo governo tomar posse) e radicalizar o movimento, a ponto de 47 dias depois e sob ameaça de corte de ponto e medidas judiciais, se recusarem a voltar às salas de aulas?
E isso, quando nas últimas eleições, deram demonstrações de apoio às propostas de campanha de Eduardo Campos de valorização da carreira do magistério.
Pode-se atribuir à pressão da entidade sindical que os representa.
Ela decidiu antecipar a defesa da recuperação das perdas, que calcula há anos, no momento em que a base recusou qualquer tentativa de acordo de menor valor.
Pode-se creditar à ilusão do governo em achar que a implantação de uma mesa permanente de negociações pudesse (ainda que isso não significasse dinheiro nos bolsos dos mestres), barrar a greve.
Ou ao discurso protelatório de que uma proposta financeira mais consistente só seria possível com o ajuste na Secretaria do Tesouro Nacional, em julho.
Sim, teria a ação de uma minoria bem articulada nas assembléias contra o governo.
Tudo isso apenas leva a hipóteses, e não explica porque pacatas professoras no interior se recusam a voltar para o carinho de seus alunos e se disponham a perseguir o governador aonde ele vá.
Mas nos leva ao que Eduardo Campos pode ter sinalizado na campanha para a categoria, quando falou num novo modelo de Educação em função dos péssimos indicadores de Pernambuco que, como profissionais, os envergonha.
Agora, se isso é verdade em relação aos professores, o cenário de futuro é preocupante, se pensarmos no que gerou de expectativas nos demais setores do funcionalismo.