Vai ser mesmo difícil contornar o impasse entre o governo e os médicos do Estado.

O momento exige bom senso e concessões de parte a parte.

Mas o conselheiro e coordenador de Projetos Sociais do Cremepe, Ricardo Paiva, já vetou o nome do líder do governo na Assembléia, deputado Isaltino Nascimento (PT), como integrante de uma eventual comissão de parlamentares que poderiam intermediar o conflito.

Paiva justificou que Isaltino foi contra o Plano de Cargos e Carreitas (PCC) da categoria.

E louvou a iniciativa da deputada Terezinha Nunes (PSDB), que propõe a intermediação do impasse pela Comissão de Cidadania da Assembléia, que ela preside.

Com isso, acrescenta-se à questão da saúde um componente político, já que a parlamentar é tida como a oposicionista mais combativa ao governo de Eduardo Campos.

De qualquer modo, Terezinha vai levar ao presidente da Assembléia Guilherme Uchôa (PDT) e ao secretário estadual de Articulação Parlamentar Ethore Labanca a proposta de, junto com a Comissão de Cidadania, reapresentarem ao secretário de saúde Jorge Gomes as reividincações dos médicos. “Entedemos que é possível um acordo”, explicou a deputada ao final da reunião extraordinária da Comissão de Cidadania da Assembléia que, na manhã desta quinta (26), recebeu representantes do Cremepe e Simepe. “Os médicos aceitam sentar com o governo para negociar, desde que seja feito um um cronograma para atender às necessidades da categoria”, completou a parlamentar.

Ricardo Paiva, conselheiro do Cremepe, e Antônio Jordão, vice-presidente do Simepe, fizeram declarações duras contra o governo em um plenário lotado por profissionais da área médica.

Paiva disse que, se até a próxima terça (31) o governo não sinalizar com soluções, haverá demissões em bloco comprometendo ainda mais o serviço público de saúde em todo o Estado.

Jordão afirmou que o governo “levantou o chicote” ao entrar com ação contra os médcos demissionáarios. “Se processadaos, seremos os perseguidos políticos desse governo”, bateu.

MESA Além do veto ao nome do líder Isaltino Nascimento, os médicos fazem outra exigência para voltar a conversar com o governo: querem uma negociação específica para a categoria, fora da mesa geral do funcionalismo. “Nesse período de radicalização de ambas as partes, a Assembléia entra como um novo canal para intermediar as negociações e buscar um entendimento.

Vamos acompanhar de perto a situação e juntos buscar uma solução”, frisou Terezinha Nunes.