O Procurador Geral do Estado, Tadeu Alencar, rebateu, há pouco, as críticas das entidades médicas, que chamaram de “arbitrária” e “autoritária” a atitude do governo do Estado em recorrer ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Liminar expedida na tarde de hoje (26) pelo TJPE determina a volta dos médicos ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.
A ação foi movida contra 28 médicos de emergências que pediram exoneração.
Conversei com Tadeu, por telefone, há pouco.
Ele bateu na tecla de que os médicos não podem “abandonar” o trabalho imediatamente após pedirem exoneração. “Isso é inversão de valores.
O interesse privado não pode se sobrepor ao coletivo”.
Ele também disse que o governo não está “comemorando” a decisão da liminar, mas frisou que “a verdadeira democracia não convive bem com a desobediência judicial”.
O procurador alegou que recorrer à Justiça foi a única forma encontrada pelo governo para “assegurar à população carente” o direito ao serviço de saúde. “O governo de Pernambuco não pode se permitir ficar diante dessa situação.
Se de repente coisa trágicas acontecessem, a sociedade reagiria e perguntaria: onde está o Estado? “A situação é muito delicada.
Queremos diminuir os prejuizos para a população pobre com essa atuitude dos médicos (de pedirem demissão).
Isso não é pressão legítima. “O governo não foi arbitrário (por conta da ação civil no TJPE).
Eles (os médicos) é que tiveram uma atitude irrefletida”.
Herança maldita Mesmo sem citar os oito anos do governo Jarbas Vasconcelos/Mendonça Filho (PMDB/DEM), o Procurador Geral do Estado sugeriu que o caos na saúde foi “coisa herdada”. “A situação da saúde pública é coisa herdada e que não vão ser seis meses ou ano ano que vai resolver.
Vamos devolver dignidade à saúde pública de Pernambuco.
Isso é obra de um governo (Eduardo Campos)”. “Isso (o caos) não dá direito ao profissional abandonar o trabalho.
Estamos falando de serviços de emergência para a população carente e menos assitida”. “Não temos vara de condão para resolver tudo”, desabafou Tadeu.
E continuou: “Lamentavelmente a reivindicação dos médicos chega a R$ 100 milhões, e esse valor é o total que temos para dividir com o conjunto dos servidores”.
Para finalizar, Tadeu Alencar lembrou que nesta sexta-feira, às 9h, tem nova rodada de negociação na mesa permanente. “É uma pena que médicos não estejam participando”.