O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, assumiu a pasta em um clima de salvador da pátria para contornar a crise aérea.

E tem repetido, até agora, que ainda está se inteirando da estrutura de comando do setor para ter mais clara uma linha de ação.

Mas para usar uma metáfora futebolística, tão a gosto do presidente Lula, o governo está se assemelhando a um time que se desequilibra ao levar um gol.

E aí todo mundo quer resolver o problema sozinho.

Sem obedecer ao esquema tático traçado pelo técnico.

Até porque parece que o técnico, no caso o presidente, não tem esquema tático algum.

Dentro deste contexto, o ministro da Justiça, Tarso Genro, determinou nesta quinta (26) que a Polícia Federal realize uma operação-padrão nos aeroportos de Guarulhos (São Paulo) e Juscelino Kubitschek (Brasília) para fiscalizar oito empresas aéreas e verificar se elas estão cumprindo o que determina o Código de Defesa do Consumidor.

São elas: Gol, TAM, Varig, Ocean Air, Pantanal, BRA, Total e Passaredo.

Equanto Jobim avalia como intervir sobre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que tem a prerrogativa de regular a relação entre empresas e consumidores, Genro passa por cima da entidade e coloca a PF no calcanhar das empresas. “O ministro Tarso Genro, no que diz respeito à defesa do consumidor, entendeu que as medidas (tomadas pela Anac) foram insuficientes.

E ele decidiu ser mais enérgico”, afirmou a secretária nacional de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares.

Da operação-padrão fazem parte, além da própria secretaria Nacional de Direito Econômico e da Polícia Federal, os Procons dos Estados envolvidos e do Distrito Federal.

As empresas poderão ser multadas em até R$ 3 milhões.

Pergunta 1: por que não fizeram isso antes?

A crise vem rolando há 10 meses.

Pergunta 2: essa operação tem alguma chance de ser algo mais que um mero factóide?